LIVROS HISTÓRICOS
O que é história?
História é:
HERMENÊUTICA BÍBLICA
Definição de Hermenêutica:
É a arte e a interpretação da linguagem..
Objetivos da Hermenêutica:
Autor - Leitor:
O objetivo é tornar o autor contemporâneo do leitor, aproximando-os à compreensão da mesma época.
Esclarecer tudo que haja de obscuro
Tornar o assunto compreensível - II Pedro 3:15 e 16
É possível dizer a verdade de forma errada.
Hermenêutica:
Ciência - Porque contém regras definidas, organizadas
Arte - Porque na hora de aplicar as regras há necessidade de bom senso, sensibilidade.
Há espaço para a criatividade no estudo da Bíblia, porém esta só deve ocorrer quando dirigida pelo Espírito Santo.
Livro: Hermenêutica, pág. 16
“Há uma diferença entre interpretação e aplicação.
Interpretação - Só é o significado pretendido pelo autor por Deus
Aplicação - Podem ser vários, dependendo da situação em que as pessoas se encontram
Por exemplo: Efésios 4:27 - Fala sobre a ira pessoal do leitor ao se deitar, mas apesar de ser essa a interpretação, a aplicação vai depender de com quem o leitor está irado (aplicações emocionais diferentes).
Hermenêutica Bíblica - Geral e Especial
Geral - É aquela que trata as Escrituras como um todo. Princípios gerais, básicos. Elabora os princípios.
Especial - É aquela que trata de questões particulares das escrituras
Distinção acadêmica, didática:
Hermenêutica - Parte teórica do processo (teoria)
Exegese - Parte prática do processo interpretativa (prática); tirar para fora o significado do texto.
CÂNON
Não nos compete mais a pesquisa para determinar os livros canônicos (inspirados).
Existem muitos livros inspirados que não foram incluídos no cânon bíblico pelo fato de se tratarem de problemas específicos para aquela região, igreja ou pessoa.
Ex.: I Cor. 5:9; Col. 4:16
Obs: O profeta é inspirado no exercício de sua função.
Crítica Textual
Ciência que estuda as possíveis mudanças que ocorrem com o texto bíblico.
- Como foi escrito?
Crítica Histórica
É aquela que estuda os fatos históricos envolvidos com o texto.
- Quem escreveu? Para quem escreveu?
- Em que circunstâncias?
Relação da Hermenêutica com outros campos de estudo bíblico
CÂNON
CRÍTICA
TEXTUAL
CRÍTICA HISTÓRICA
EXEGESE - BÍBLICA E
- SISTEMÁTICA
Vê se o texto é o melhor em grego, o mais próximo ao original
Quando foi escrito
Porque foi escrito
Quem foi o autor
Para quem escreveu
Depois de definir os aspectos históricos, chegamos à exegese. De uma correta exegese depende a minha teologia.
Teologia:
Bíblica - Limita o estudo a um livro ou um grupo de livros. Ela focaliza o livro em sí. Focaliza o livro.
Sistemática - Pega um tema bíblico e vou em toda a bíblia para ver o que se fala sobre esse tema. Focaliza o tema.
Ex.: - O problema do sofrimento humano no livro de Jó (Teologia Bíblica).
- O problema do sofrimento humano em toda a Bíblia (Teologia Sistemática).
- Não fica limitada a situação de Jó apenas, mas vemos tudo o que Deus mostrou sobre o sofrimento humano.
- Conhecido:
- “Deus só pode ser compreendido na medida em que Ele se revela”.
Nas Escrituras, nós temos uma revelação necessária e não revelação absoluta, pois Deus não nos revelou tudo, apenas o necessário para a nossa salvação.
A teologia sistemática do ponto de vista acadêmico é formulada em bases filosóficas.
Nas Escrituras Sagradas temos apenas revelação necessária e não revelação absoluta.
A necessidade da Hermenêutica
Mesmo as Escrituras defendem a necessidade de uma Hermenêutica Bíblica.
a) - II Pedro 3:15, 16
Algumas coisas difíceis de serem entendidas.
É possível torcer as Escrituras.
Pedro tinha dificuldade para entender alguns dos escritos de Paulo
Naquela época, alguns já torciam a Bíblia.
b) - Luc. 24:27
Estavam deprimidos por não interpretarem devidamente as profecias messiânicas
O próprio Senhor Jesus reconheceu a necessidade de explicar as Escrituras.
“Expunha-lhes” - diermhneuw (diermeneuo)
Jesus fez hermenêutica com os discípulos
c) - II Tim. 2:15
“Manejar bem a palavra da verdade”
Explorar bem e ensinar corretamente a palavra da verdade
Paulo recomenda a Timóteo que maneje bem as Escrituras
Entender bem e ensinar corretamente a palavra da verdade
d) - II Cor. 2:17
“Mercadejando” - Falsificando
caphleuw (capeleuo) = corromper, falsificar, adulterar
Não devemos corromper, falsificar as Escrituras
BLOQUEIOS À COMPREENSÃO ESPONTÂNEA DA BÍBLIA
1o - Histórico
Estamos largamente separados da época dos escritores bíblicos
A Bíblia cobre um período de cerca de 1.500 anos
Com o tempo, muita coisa se perde
Quando compreendemos os fatos históricos, podemos compreender melhor os fatos bíblicos
2o - Cultural
Um dos mais difíceis a serem transpostos
A cultura distinta dos povos bíblicos
Cada um de nós vemos aquilo que estamos condicionados a ver
O ideal é nos colocarmos em uma posição neutra
a) - Costumes
Gen. 15:2 - Foram achados documentos na cidade enterrada de Nuzu (c. 2000 - c.1500 a.C.), que mostraram que o costume daquela época era adotar um filho quando não se tinham filhos legítimos para herdar a herança. Se, porém, o primogênito nascesse, o adotado passaria para segundo plano.
Gên. 31:34 - Ídolos do lar (no hebr. - Terafins), eram pequenos objetos que serviam como documentos que comprovavam a posse das terras e propriedades.
Raquel roubou a herança de seu pai.
Prov. 22:28 - Marcos das propriedades das terras. O documento que garantia o terreno, assim como as escrituras de uma casa de hoje.
Deut. 22:5 - Naquela época, as roupas dos homens e mulheres eram iguais, a diferença estava apenas nas roupas íntimas.
Muitos naquela época, como hoje, usavam as roupas íntimas do sexo oposto por perversão.
b) - Pensamento
A maneira oriental de pensar é totalmente diferente da ocidental.
Silogismo - A análise de argumento formal baseando-se na proposição de uma premícia maior e de outra menor, as quais se verdadeiras levam à conclusão de que determinado fato é verdadeiro
Silogismo é a estrutura do pensamento grego.
* Premícia maior: Toda virtude é louvável
* Premícia menor: Ora, a bondade é virtude
* Conclusão: Logo, a bondade é louvável
No Velho Testamento não existe “silogismo”
No Velho Testamento a lógica baseia-se na experiência humana e não no raciocínio dedutivo.
O pensamento hebraico é um pensamento concreto e não abstrato.
O hebreu aceita o fato quando este fato se traduz em experiência.
O que é Deus para estes homens?
Davi - Deus é o meu refúgio e minha fortaleza
Moisés - O Senhor é forte e poderoso
Hagar - Deus é um Deus que ouve
Personagens bíblicos não estão preocupados com a fisionomia, mas de acordo com a experiência de cada um.
Somos conhecidos como o povo da Bíblia (lição, ano bíblico). Temos conseguido viver isto em nossa vida, nossa experiência diária. Este conhecimento de nada nos aproveitará se não traduzirmos este conhecimento em vida.
É por isso que não devemos fazer certas perguntas à Bíblia. Ex.: Como foi a fusão em Cristo (Humanidade e Divindade)?
3o - Lingüístico - (Hebraico, aramaico e grego)
Nas melhores traduções há problemas.
Idiomalismo: expressão específica de uma língua, de um povo.
Falta de equivalência entre as palavras traduzidas.
I Pedro 1:20 - epilusiV (epílucis) = iniciativa, impulso.
Nenhuma profecia da Escritura foi feita pelos profetas os sua conta, mas iluminados por Deus.
Produção da profecia e não interpretação.
O CONCEITO BÍBLICO DE INSPIRAÇÃO
Nós, Adventistas do 7o Dia, defendemos o ponto de vista ortodoxa sobre a inspiração.
Inspiração Bíblica: “A Bíblia conquanto tenha mantido os estilos pessoais de expressão e liberdade dos escritores humanos, é a palavra de Deus, toda inspirada por Deus mediante o Espírito Santo, sem nenhuma diferença qualificativa na inspiração de qualquer de seus livros, cuja autoridade é assim normativa para a fé e a vida, para a doutrina e proclamação, para pensamento e investigação”. - Pr. Wilson Paroski.
I Cor. 7:10 - “Digo eu, não o Senhor”.
Paulo faz uma distinção entre o que Cristo diz e o que ele (Paulo), diz.
Ensino indireto por meio do Espírito Santo (Paulo era apóstolo).
Não se trata de inspiração e sim, de uma oposição:
Algo que havia sido dito por Jesus e algo que apenas Paulo havia falado e não Jesus. Porém, é inspirados do mesmo modo, pois provém de Deus.
(1) A Unicidade da Bíblia
Somente a Bíblia apresenta uma dupla natureza:
1o - Sua origem divina
2o - Sua dimensão humana.
Por causa de sua origem divina, a Bíblia é a palavra de Deus (não contem a palavra de Deus, ela é a palavra de Deus).
1 - Origem Divina
II Ped. 1:20
epilusiV = iniciativa, ímpeto, impulso
II Ped. 1:21
qelhma = vontade, desejo, intenção
Os profetas bíblicos não tiveram desejo nem iniciativa para escrever as Escrituras Sagradas.
jerw = ser levado, ser movido.
Usado na época para dizer o que o vento fazia com um barco à velas, era levado, conduzido pelo vento.
Do mesmo modo, os profetas eram movidos e conduzidos pelo Espírito Santo.
II Tim. 3:16
qeopneustoV = inspiração de Deus
2 - Sua dimensão humana
a) Linguagem
b) Características peculiares
a) - Linguagem
A linguagem bíblica é humana
A linguagem não é mecânica, não é verbal
O profeta é preservado de erro quando se trata de uma doutrina.
II Ped. 1:21 - Homens falaram.
João 1:1
kai qeoV hn o logoV
“e Deus era o verbo”- Diz que só há um Deus (Não há Pai e Filho)
“e o verbo era um Deus” - um - artigo indefinido, porque antes de qeoV não tem artigo”
“e o verbo era Deus” - o fato de qeoV vir antes do verbo torna o artigo indefinido anulado.
Isto é uma regra: Torna-se claramente definido. Sistema este facilmente comprovado em diversos escritos do grego normal da época.
Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 20.
1o - “A Bíblia não nos é dada em elevada linguagem sobre humana”.
- “Tudo quanto é humano é imperfeito”.
- A linguagem da Bíblia é imperfeita
- A mensagem da Bíblia é perfeita.
Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 22
2o - “O Senhor fala aos seres humanos em linguagem imperfeita” (a fim de que os seres humanos possam entender).
- O fato de a linguagem ser imperfeita não afeta a perfeição moral da mensagem.
Mensagens Escolhidas, Vol. I., pág. 21
3o - “A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e exprimir-se de Deus”.
Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 22
4o - “Perfeita como o é em toda a sua simplicidade, a Bíblia não corresponde às grandes idéias de Deus”.
Aspectos:
Moral
Física
Cristo
Santa
Imperfeita
Bíblia
Santa (Mensagem)
Imperfeita (Linguagem)
b) - Característicos peculiares dos profetas:
Atenagóras dizia que Deus usou os profetas assim como um músico usa a sua flauta. Mas nós não cremos assim.
Jeremias foi um dos profetas que mais demonstrou sua personalidade na sua maneira de escrever.
A personalidade do profeta é toda preservada na sua maneira de escrever.
1o. - Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 21
“Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram. A inspiração não atua nas palavras do homem”.
2o - Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 22
“O Criador de todas as idéias, pode impressionar mentes diversas com o mesmo pensamento, mas cada um pode exprimi-lo por diferentes maneiras, e ao mesmo tempo, sem contradições” - (Tratando-se especificamente do evangelhos)
A questão da inerrância bíblica
Duas posições evangélicas:
1o - A Bíblia é totalmente privada de erros.
2o - A Bíblia é sem erro toda vez que fala sobre salvação e fé, mas pode possuir erros em outros pontos.
“Os liberais acreditam que a Bíblia é fruto da mente religiosa dos judeus
Contextos polêmicos produzem posições extremadas.
Argumentos de:
B. Warfield - artigo publicado em 06/04/1881
1) - A Bíblia é plena e completamente inspirada
2) - Inerrante em todas as matérias que toca
3) - Verbalmente inspirada
4) - Nenhum erro pode ser afirmado se não puder ser comprovado no texto original
Harold Lindsell, dizia:
“Esta palavra (Bíblia), é livre de qualquer erro no seu catógrafo original. Ela é completamente digna de confiança em matéria de história e doutrina. Os autores bíblicos sob a liderança do Espírito Santo foram preservados de cometer erro factual, histórico, científico e quaisquer outros erros”.
Obs. Este pensamento reflita a posição dos inerrantistas.
Quando vamos à Bíblia, vemos que em momento nenhuma ela defende a inerrância bíblica.
O concerto da inerrância resulta de uma dedução e não de um “Assim diz o Senhor”. A Bíblia é perfeita, mas não é inerrante.
Silogismo (dedução):
1) - Premissa Maior - Tudo o que Deus faz é perfeito
2) - Premissa Menor - Deus inspirou a Bíblia
3) - Conclusão: - Logo, a Bíblia é perfeita.
Este silogismo é a base dos que defendem a inerrância bíblica.
Analogia: Assim como Jesus foi divino-humano, e nunca cometeu pecado, também a Bíblia é divino-humana e não contêm erro.
Os inerrantistas dizem que negar a inerrância é negar a inspiração e a autoridade da Bíblia.
Teoria de Dominó: Derrubando a 1a pedra (inerrância bíblica), todas as outras pedras caem.
A primeira pedra seria a inerrância bíblica
A segunda, seria a inspiração
Derrubando-se estas duas pedras, todas as outras caem.
Obs: Um texto qualquer pode não conter erros e não ser inspirados. Podemos escrever uma redação sem erros, mas isto não quer dizer que fomos inspirados.
Exemplos de dificuldades na Bíblia:
a) - Mat. 27:37 - (comparar com Mar. 15:26; Luc. 23:38; João 19:19)
Mat. - Este é Jesus o Rei dos Judeus
Mar. - O Rei dos Judeus
Luc. - Este é o Rei dos Judeus
João - Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus.
Cada evangelista escreveu inspirados por Deus, mas de sua maneira.
Ver Mat. 6:9 a 15 com Lucas 11:1 a 4 - (Oração do Pai Nosso).
Na inspiração, a personalidade do profeta é preservada, sua linguagem é preservada, sua maneira de escrever também é preservada.
b) - I Cor. 10:8 com Núm. 25:9
Paulo disse que haviam morrido 23.000 pessoas
Moisés disse que haviam morrido 24.000 pessoas.
“Lindisel diz que foram 23.500”.
c) - Levíticos 11:6
“A lebre, porque rumina, mas não tem unhas fendidas, esta vos será imunda”.
Obs: A lebre “não rumina”.
Em muitas passagens a Bíblia usa uma linguagem fenomenológica
Linguagem numernologica - descreve os fatos como eles realmente são
Linguagem fenomenológica - descreve os fatos como eles parecem ser.
O importante não é se a lebre rumina ou não, mas o ponto central é que o homem não deve comer a carne da lebre.
d) - Mar. 6:8 com Luc. 9:3
Marcos - Levem um bordão (bengala)
Lucas - Não levem nada, nem bordão.
O fato de levar ou não o bordão, não muda o objetivo de Jesus, que era o fato de eles dependeram inteiramente de Deus.
e) - Mat. 26:34 c/ Marc. 14:30
“Antes que o galo cante...” = Mais genérico
“Antes que o galo cante, 3 vezes...” = Mais específico
Um estava sendo mais preciso que o outro, mas isto não muda o serne da mensagem que era o fato de que Pedro iria negar a Jesus.
Erro:
Inerrantistas: Ciência - sinônimo de imperfeição, inexatidão
Na Bíblia: é sinônimo de engano, fraude
Os profetas não estavam preocupados com o aspecto científico, histórico, geográfico, etc, mas com uma mensagem espiritual.
A finalidade da Bíblia não é dar informações científicas, históricas ou geográficas, mas uma informação de vida e salvação..
Na Bíblia:
Erro é não estar de acordo com a vontade de Deus.
Verdade é a vontade e Deus.
Testemunhos, pág. 20, Vol. 8
“Ele [Cristo], poderia ter feito sugestões em linha científica... mas não o fez”.
Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 17
“Em Suas mãos [de Cristo], estavam as chaves de todos os tesouros da sabedoria, sendo-lhe dado abrir portos às ciências e revelar não descobertas jazidas de conhecimento, fosse isto essencial à salvação”.
História Política - A Bíblia não se preocupa com isto
História Espiritual - A Bíblia se preocupa com esta história - Deus/Seu povo.
A Bíblia só menciona fatos políticos quando esta tem que ver com a História Espiritual do povo.
João 21:25 - (Exagero poético) - Os evangelhos não são uma biografia exata da vida de Jesus.
João 20:30, 31 - Só se encontram as coisas necessárias à nossa salvação
Nem tudo que Jesus fez foi escrito.
Os escritos foram fatos selecionados.
A Bíblia tem um duplo propósito:
Cristológico: Revelar a pessoa de Cristo
S. João 5:39 / João 14:6
Soteriológico: Informa ao ser humano os meios providos por Deus para a Sua salvação.
II Tim. 3:15
J. Ridderbos, disse:
“Deus fala através das Escrituras não com o propósito de tornar-nos eruditos, mas com o propósito de tornar-nos cristãos”.
Dentro da Bíblia existem coisas secundárias por natureza. Estas coisas contribuem para entender o ponto central, mas não são o ponto central.
O conhecimento que temos acerca de Deus é um conhecimento Parcial.
A Bíblia não contem uma revelação total de deus, mas uma revelação parcial daquilo que é necessário para a nossa salvação.
Inerrância x Fidedignidade.
A Bíblia não é privada de erros como dizem os inerrantistas, mas é fidedigna em sua mensagem central (cristológica e soteriológica).
Hoje, temos manuscritos (Manuscrito do Mar Morto), mais antigos do que foram usados por Jesus. Cremos na Bíblia, pois cremos nos fatos da vida de Jesus.
O que fazer com os erros da Bíblia?
Muitos destes erros podem ser corretamente explicados através de princípios hermenêuticos, corretamente aplicados. (Hermenêutica Correta).
Livro: Hermenêutica, pág. 31
Cinco princípios básicos de hermenêutica
I - (Inerrantistas) -
Igreja Adventista do 7o. Dia
L - Liberais -
Crêem que não há erros na bíblia e que a Bíblia é verbalmente inspirada.
Não crêem na inspiração da Bíblia
Nós, Adventistas do 7o. Dia, não somos inerrantistas e nem liberais. Cremos nos fatos bíblicos, mas sabemos que há erros na Bíblia, pelo fato de os homens terem sido inspirados.
Jesus foi julgado no dia-a-dia pela sua aparência exterior. Jesus era fisicamente imperfeito.
Da mesma maneira, a Bíblia não foi dada por Deus com a intenção de ser um super-livro, uma enciclopédia. O centro da Bíblia está na sua mensagem.
Palavras dos Profetas
Lógica
Centro Infalível
- Plano da Salvação
- Conselhos Morais
- Caminho para Deus
Afirmações Científicas fraseologia da época
Jos. 10:12, 13
Apoc. 7:1
Gên. 3:14
Memória do Profeta em Questões Insignificantes
I Cor. 1:14 - 16
Fatos Históricos Inconseqüentes
II Sam. 8:4 - 1700 anos - 20.000 de pé
I Crôn. 18:4 - 7000 anos - 20.000 de pé
I Cor. 10:8 - 23.000 morreram
Núm. 25:9 - 24.000 morreram
Retórica
O FUNDAMENTO DA AUTORIDADE BÍBLIA
(1) -Antigo Testamento
Os autores do Velho testamento reivindicam que aquilo que estão escrevendo é de origem Divina.
No Antigo Testamento, aparece:
361 vezes a expressão: “diz o Senhor”
445 vezes a expressão: “assim diz o Senhor”
540 vezes a palavra dãbhãr = “Palavra do Senhor”
Os profetas assim como os ouvintes tinham plena convicção de que a mensagem era de origem divina.
O próprio Jesus aceitou a autoridade do Antigo Testamento.
Ex. Mat. 5:17-19; Luc. 10:25-28; Luc. 16:19-31
(2) -Novo Testamento
Também repousa sobre a inspiração divina.
Mas repousa também sobre a pessoa de Jesus que também é identificado como a palavra de Deus.
Ex.: - Heb. 1:1,2 - Mat. 15:6
Lucas 5:1
I Tess. 2:16
I Tim. 5:18 - Paulo cita um texto do Antigo Testamento e um do Novo Testamento e os coloca no mesmo nível chamando de Escritura.
II Ped. 3:15, 16
* O Antigo Testamento e o Novo Testamento devem ser vistos como partes de um todo. Partes da revelação de Deus, pois ambas tem a mesma origem que é a revelação de Deus.
Hebreus 1:1, 2:
1o - Unidade - entre o Antigo e o Novo Testamentos
A fonte é a mesma: Deus
E Deus não muda
2o - Continuidade -
O Deus que falou muitas vezes voltou a falar no momento.
As revelações progressivas de Deus, formam um todo.
3o - Progressividade -
A revelação de Deus é progressiva, crescente
Deus falou primeiramente através dos profetas
Depois falou através de Seu Filho Jesus, o que se tornou na revelação suprema.
4o - Diversidade -
Existe algo que une o A. T. e o N. T.
Mas existe também algo que os separa
No Antigo Testamento, Deus falou aos profetas de muitas maneiras
Os costumes eram diferentes, a linguagem era diferente, o tempo era diferente, mas o Deus era o mesmo, a mensagem era a mesma - (Salvação).
Mensagens Escolhidas, Vol. I, págs. 21, 22 - O fato de os profetas serem diferentes, enriquece o texto bíblico.
I Cor. 12:4-6 - O Senhor é o mesmo.
Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 417
“O Antigo Testamento derrama luz sobre o Novo Testamento e o Novo testamento sobre o Antigo Testamento..., tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento apresentam verdades que revelarão continuamente novas profundezas de sentido ao ardoroso investigador”.
SDABC, Vol. 5, pág. 1094
“O Antigo Testamento e o Novo testamento são inseparáveis, porque ambos são os ensinos de Cristo”.
“Para Conhecê-Lo” (Med. Mat.) - 1964, pág. 208
“O Antigo Testamento é verdadeiramente o Evangelho em tipos e sombras, como o Novo Testamento o é no seu poder esclarecedor... O Antigo Testamento não representa uma religião que deva ser substituída pelo Novo Testamento.
O Novo Testamento é apenas o progresso e o desdobramento do Antigo Testamento”.
Analogia da Fé
Temos que comparar textos do Antigo Testamento com do Novo Testamento, desde que tratam do mesmo assunto.
Ex.: Mat. 27:5; Luc. 10:37 - João 13:27
A SOLA SCRIPTURA
O concerto católico no tempo de Lutero, era que a Bíblia era: Bíblia + Tradições.
Diziam que a Bíblia era a Revelação de Deus, mais as tradições dos homens.
Lutero se posicionou contra esta idéia. Sua posição era: Sola Scriptura = Somente a Escritura.
“Elas (Escrituras/Bíblia) são a norma do caráter, o Revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa” - E. G. W., G.C, págs. 8 e 9.
O princípio de Sola Scriptura reconhece a unicidade , a veracidade da Bíblia. Reconhece a autoridade da Bíblia.
Mensagens Escolhidas, Vol. I, pág. 416:
“A Bíblia e a Bíblia tão só, deve ser o nosso credo. ...nosso próprios pontos de vista e idéias não devem controlar nossos esforços. O homem é falível, mas a palavra de Deus é infalível... Ergamos o estandarte no qual está escrito: ‘A Bíblia nossa regra de fé e disciplina’”.
Existem dois extremos em nosso meio:
1o - Aqueles de nosso meio que rejeitam os escritos da senhora White, e sua autoridade como profeta.
2o - Aqueles que consideram os escritos da senhora White como uma segunda Bíblia, como algo adicional ao Cânon bíblico.
Entre os Adventistas do 7o Dia, acreditam-se que a irmã White foi inspirada do mesmo modo dos escritores bíblicos. Contudo, não substitui a Bíblia, não são qualquer acréscimo à Bíblia.
O Grande Conflito, pág. 9:
“O Espírito não foi dado nem nunca o poderia ser a fim de sobrepujar-se à Escritura; pis esta explicitamente declara ser ela mesma a norma pela qual todo ensino e experiência devem ser aferidos”.
“A Palavra de Deus ... [é] ... a prova de toda inspiração” - Idem, pág. 8
“As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa” - Idem, págs. 8 e 9
Nenhuma de nossas doutrinas está baseada em alguma outra fonte que não seja a Bíblia.
Prioridades de Deus em relação ao movimento adventista:
1 - Plataforma Doutrinal Básica: foi feita nos congressos sabáticos, no final dos anos 40 (1840)
2 - Organização da Igreja: durante a década de 50
3 - Mensagem de Saúde: anos 60
1a visão grande sobre saúde: 6/6/1863
Congressos Sabáticos (
símbolo 177 \f "Symbol" \s 12
1840)
1 - Os próprios membros tomavam a iniciativa de se reunirem
2 - Eles se auto financiavam
3 - Reuniam-se em casas de famílias
4 - Havia intenso estudo da Bíblia
5 - Quando chegavam a um ponto difícil, oravam e se separavam em grupos menores para meditar, orar e estudar. Às vezes isto era feito a noite toda.
6 - Quando retornavam para seus lares, havia unidade na compreensão das verdades
Papel de Ellen White, nestes congressos:
1) - O que não foi - Não foi um substituto para a oração e a iniciativa pessoal.
2) - O que foi - As visões confirmavam as conclusões corretas dos irmãos e ajudavam para que um ou outro ajuste fosse feito.
Ela mesma disse depois que durante as reuniões, sua mente estava embotada e ela não podia participar e contribuir com nada a não ser quando estava em visão.
Ela só contribuia quando estava em visão. Mais tarde ela revelou que aqueles momentos foram os mais frustrantes, mais tristes de sua vida:
1o - Deus queria que as doutrinas fossem baseadas somente na Bíblia.
2o - Deus queria fazer distinção na manifestação do Espírito Santo no Espírito de Profecia.
Doutrinas Descobertas Através doEstudo da Palavra de Deus
As visões de Ellen G. White, vinham para esclarecer e confirmar as descobertas bíblicas, mostrando que a base doutrinal de nossa igreja não está em Ellen White, e sim, na Bíblia.
Doutrinas:
1) - 2a vinda de Cristo
Guilherme Müller, Josué Himes, Carlos Fitch, José Bates, etc.
2) - Santuário
H. Edson, Crosion, Hahn
3) - Imortalidade Condicional da Alma
J. Storrs
4) - Sábado
Preston. José Bates, Preble
5) - As Três Mensagens Angélicas
I - Guilherme Müller (1839-1844)
II - C. Fitch (1844)
III - Tiago White e outros
A própria Sra White reconhece o princípio da Sola Scriptura
“Pouca atenção se deu à Bíblia e o Senhor deu uma luz menor para conduzir homens e mulheres à uma luz maior” - R.H., 20/01/1903
O fato de ela ser inspirada do mesmo modo que os escritores bíblicos, tornam seus escritos também como uma luz.
Mas, não são um acréscimo à Bíblia (canônicos), não são acima da Bíblia e nem estão em pé de igualdade com a Bíblia.
O propósito dos escritos da Sra. White, é conduzir o povo à luz que é a Bíblia.
“Por meio dos testemunhos dados, o Senhor se propõe a advertir, repreender e aconselhar seus filhos, e impressionar-lhes o espírito com a verdade de Sua palavra. Os testemunhos escritos não se destinam a comunicar nova luz e sim gravar vividamente na alma as verdades da inspiração já reveladas”.- Test. Sel., Vol. 2, pág. 280.
Duas explicações sobre o texto da luz maior e da luz menor:
1o - Relação entre tempo e espaço (G. Hasel.
Tempo
Espaço
Bíblia
Todos os tempos
Luz Maior
Todos os povos
E. G. W.
Tempo do fim
Luz Menor
Remanescente
2o - 40 velas (autores da Bíblia) x 1 vela (E.G.W.)
(Luz maior) x (Luz Menor)
Bom método para ser usado na igreja ou em conferências para explicar o assunto.
Os escritos da Sra. White estão subordinados à Bíblia.
Testemunhos Seletos, Vol. 2, págs. 279-283 - A irmã White diz que a diferença, a subordinação, a inferioridade está quando à função:
1) - Tornar a Bíblia mais compreensível.
2) - Exaltá-la
3) - Atrair as mentes para ela
4) - Chamar a tenção para as verdades negligenciadas
5) - Fixar verdades inspiradas reveladas
6) - Despertar e impressionar as mentes
7) - Trazer o povo de volta à Bíblia
8) - Chamar a atenção para os princípios bíblicos
9) - Aplicá-los à vida prática
A autoridade e a inspiração são iguais, ma a função é subordinada.
HISTÓRIA DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
(Capítulo II, Livro Hermenêutica)
Não temos o direito de explorar um texto fora do contexto e da idéia que o autor queria expressar.
A Exegese Judaica Antiga
- Esdras 7:6, 10
- Esdras é o mais antigo intérprete que temos notícia.
- O povo estava falando uma língua aparentada, mas diferente do hebraico: o aramaico. Isto levou Esdras a ensinar ao povo as Escrituras.
- Esdras era sacerdote e era versado nas leis de Moisés. Esdras havia proposto em seu coração guardar as leis de Deus.
- O povo daquela época perderam a facilidade com a língua hebraica por influência ao aramaico.
- Por isso, os sacerdotes liam o Pentateuco para eles e os interpretava.
- O Pentateuco estava todo em hebraico.
- Neemias 8:1-8
- V. 8 - “Leram no livro..., claramente, dando explicações, de maneira que entendessem o que se lia”.
- Dessa forma iniciou-se a ciência que nós chamamos de Hermenêutica.
- Segundo a tradição judaica, Esdras é considerado o primeiro a usar a exegese, foi ele quem iniciou os escribas (ele é considerado o primeiro escriba).
- Sopherins: Escribas:
- Foi também neste período que surgiram as sinagogas
- O templo era para serviços oficiais. A sinagoga era para serviços informais.
- Eram eles que ensinavam o povo sobre as Santas Escrituras
- Copiaram zelosamente as Escrituras.
- O período intertestamentário, foi o período em que surgiram diversas seitas no Novo Testamento:
- alguns escritas, fariseus, saduceus, essênios.
- Estavam tão desejosos de guardar a lei que começaram a dizer que cada palavra era inspirada.
- Isso trouxe vantagens e desvantagens:
- Vantagem: fidelidade ao teto bíblico original
- Desvantagem: achar que todos os pormenores, todos os detalhes, tinham uma mensagem, cada letra era considerada como inspirada.
A interpretação literal, não leva em conta as figuras de linguagem
Letrismo - ênfase demanada nas letras
Literalismo - leva em conta a existência de figuras de linguagem
Tipos de Interpretação do Passado
Nos tempos de Cristo:
1 - Literal - (Peshat) - nós cremos
2 - Midráshica (rabínica) - vem do hebraico:
Beth-Midrash = Escola
Beth - casa
Darash - interpretar
Hillel (Liberal) e Shamai (conservador) eram dois rabino fundadores de escola, importantes da época de Cristo. Gamaliel era neto de Hillel.
Ao estudarmos a Bíblia, temos que buscar os princípios envolvidos.
3 - Pesher (essênios)
Pesher - exegese fantasiada - frase este é aquela”
As 1, 2 e 3, eram mais comuns entre Judeus Palestinos.
A 4, era entre os Judeus elemistas.
4 - Alegórica
O alegorismo surgiu na Grécia.
Homero e Hesíodo (escritores gregos), foram os responsáveis por toda tradição mitológica grega.
Heródoto, Tales, Tucídides, começaram a usar o alegorismo para explicar os escritos de Homero e Hesíodo.
Os estudos foram transferido de Atenas para Alexandria.
Idéia Platônica:
Como se fosse uma bola partida no meio.
Parte de cima: Idéias (Deus, sobrenatural)
Parte de baixo: Sombras (Homem, físico)
Judeus na Grécia contavam as historias da criação e do Êxodo.
Os gregos viram esta histórias semelhantes, às histórias da Mitologia grega (homens e Hesíodo)
Os estudiosos começaram então a usar o Alegorismo para explicar a Bíblia, assim como usavam para explicar os escritos de Homero e Hesíodo.
Aristóbulo
Filo (20 a.C. - 50 d.C) - empregar em seus livros o método do alegorismo. Aplicou a filosofia grega à teologia judaica. Para eles, o alegorismo é uma flutuação da interpretação sobre a linha do texto.
Assim só os mais adiantados conseguiriam usar o alegorismo. Os simples, ficam presos ao que está escrito.
Ver livro Hermenêutica, págs. 38 e 39
O método alegórico de interpretarão entrou na igreja no 2o século.
Apareceu mais tarde como método crítico.
A Igreja Adventista do 7o Dia não aceita o alegorismo nem o método crítico. São irreais quanto ao verdadeiro sentido do texto.
Citações no Novo Testamento que lembram o Velho Testamento:
- 160 - citações diretas
- 4.105 - alusões
O uso que Jesus fez do Antigo Testamento (pág. 40)
1o - Foi uniforme e tratava o texto, os registros, como fatos fiéis.
2o - Fazia aplicação sem mudar o sentido do texto
3o - Denunciou o modo como os rabinos estavam interpretando as Escrituras
4o - Os escribas e fariseus nunca puderam acusar Jesus de Usar qualquer texto da Escritura de modo ilegítimo
5o - Parece que Jesus usou alguns textos de modo antinatural, geralmente se tratava de legítimas expressão idiomática hebraica ou aramaica, ou padrão de pensamento que não se traduz diretamente para nossa cultura e nosso tempo.
Obs. São geralmente passagens de cumprimento.
O uso que os apóstolos fizeram do Antigo Testamento
56 casos, pelos menos, há referências explícitas a Deus como o autor do texto bíblico
1o - Ao citar o Antigo Testamento, com freqüência o Novo modifica o fraseado primitivo. Como se pode justificar hermeneuticamente tal prática?
R.: - Na época havia várias versões do A. T., Além da versão em hebraico havia também quatro versões em grego (Septuaginta, Áquila, Símaco, Teoldócio).
2o - Muitas vezes o autor do Novo Testamento faz alusões, vale-se da memória ao transcrever os textos do A. T.
3o - Na vida comum, não estar preso à atuação é geralmente sinal de que o autor tem domínio da matéria.
A forma como os escritos do N.T., usam o A.T., deve nos ensinar a maneira em que devemos usar as Escrituras.
EXEGESE PATRÍSTICA (pág. 43).
O alegorismo predominou desde o 2o século, até à Idade média, foi o método que mais durou na história cristã.
Os escritores bíblicos queriam mostrar que Jesus era o Messias. Então os judeus começaram a interpretar o Antigo testamento de Maneira errada, usando o alegorismo para provar que Jesus não era o Messias.
Na ansiedade de mostrar que o Antigo Testamento é um documento cristão e que Jesus não era o Messias, caíram no erro de alegorizar os textos bíblicos.
Clemente de Alexandria
Alexandria - Berço do alegorismo grego
Nessa cidade um personagem chamado Panteno fundou a Escola Catequética de Alexandria.
Clemente - foi o substituto de Panteno, foi o segundo professor da escola.
Clemente foi o primeiro cristão a suar vastamente o alegorismo para interpretar o texto bíblico. Ele era versado na filosofia grega.
Era também de origem pagã.
Para ele, cada texto bíblico tem cinco sentidos: HISTÓRICO, DOUTRINAL, PROFÉTICO, FILOSÓFICO e MÍSTICO (alegórico).
Orígenes
Foi sucessor de Clemente
Foi um gigante intelectual. Publicou obras apologéticas.
Cria ser a Escritura uma vasta alegoria na qual cada detalhe é simbólico.
Acreditava que o homem constitui de 3 partes:
Corpo - sentido literal
Alma - sentido moral
Espírito - sentido alegórico ou místico.
Assim também as Escrituras constituem de três partes.
Produziu a “Hexapla - Hebraico, Grego, Áquila, LXX, Símaco, Teodócio”, a maior obra respectiva à Bíblia produzida até hoje. Tinha 12 mil páginas. Levou trinta anos para ficar pronta.
Agostinho
Escreveu o livro “Cidade de Deus”
Escreveu também o livro “A Doutrina Cristã”
Tinha 12 regras básicas para interpretar as Escrituras.
Na prática, acabou renunciando seus princípios e inclinou-se para uma alegorização excessiva.
Cria que Escritura tinha um sentido quádruplo:
HISTÓRICO, ETIMOLÓGICO, ANALÓGICO, ALEGÓRICO.
Foi um homem mui piedoso, mas que causou uma das maiores desgraças do cristianismo: a criação da “Santa Inquisição”.
Forçava os “hereges” a aceitarem as idéias da igreja.
A Escola de Antioquia da Síria
Fundada no ano 290 por 2 presbíteros: Doroteu e Luciano.
Primeira escola protestante de hermenêutica.
Criticavam o alegorismo por lançarem muitas dúvidas na historiedade de muita coisa do Antigo Testamento.
Os princípios exegéticos da escola de antioquia lançaram a base da hermenêutica evangélica moderna.
Exegese Medieval (pág. 46...)
Neste período os teólogos não tinham muito conhecimento da Bíblia.
Valiam-se em grande parte das tradições e do alegorismo para explicar as Escrituras.
Foi uma época de pouca cultura e erudição. Poucas pesquisas foram feitas neste período.
A fonte de doutrinas não era só a bíblia, mas também as tradições.
Tentavam harmonizar as tradições com a Bíblia.
O método do alegorismo predominava, mas não havia só este método. Havia também o misticismo.
Ex. Cabala - é um tratado filo, religioso hebraico que propõe resumir uma espécie de religião secreta que se supõe haver coexistido com a religião popular dos hebreus.
Kaballah - Kabbel: Receber.
No cabalismo, também estava presente o “letrismo” Era um letrismo absurdo. Era uma teologia completamente mística.
Os judeus espanhóis foi fundado por Willian Champeaux, Séc. XII.
Incentivaram o retorno a um método de interpretação histórico-gramatical.
Nicolau de Lyra
Grande impacto. Quatro sentido.
Influência grandemente a Lutero.
Exegese da Reforma
Lutero (Pág. 48)
1) - Fé é a iluminação...
2) - Vista com olhos...
3) - A igreja não deveria...
4) - Rejeitou o método alegórico...
5) - A Bíblia é um livro claro...
Ao romper com método alegórico, valeu-se do método cristológico.
Separou textos do Antigo e Novo Testamento que mencionavam ou se referiam a Cristo.
Um dos seus princípios do Evangelho, foi a distinção entre Lei e Evangelho.
Jogar fora a Lei é heresia
Jogar fora o evangelho também é heresia.
Deve haver uma harmonia entre a Lei e o Evangelho.
A lei mostra ao pecador a sua miséria
A lei condena o pecador, mostra os pecados
A lei condena porque a Lei é o caráter de Deus e Deus não aceita o pecado. Deus condena o pecado
A lei nos mostra que precisamos de um Salvador para nos tirar da lama do pecado
A lei nos mostra a cruz e nos conduz a ela
A lei não pode nos salvar
Quando o homem aceita a graça de Deus a Jesus como Salvador, quando ele passa pela cruz a lei começa a viver em seu coração
Aquilo que lhe condenava agora não lhe condena mais
A Lei condena o que está vivem em pecado
Se não estou mais vivendo em pecado, a Lei não me condena mais
O caráter de Deus (a Lei) passa a viver em mim, no meu coração.
O que nos salva é o sangue de Cristo
O que nos leva à perdição é a rejeição deste sangue
Muitos que não fizeram crime, adultérios, etc, estarão perdidos, por não aceitarem esta graça.
Existem dois tipos de pecado:
1 - Pecado consciente, pecado decidido, viver no pecado
2 - Pecado ocasional, conseqüente de minha natureza pecaminosa
Ex.:
1 - Aquele que vive pecando e não aceita a graça de Deus
2 - Aquele fiel que vive em comunhão com Deus, mas que por um deslize cai em pecado.
Heb. 10:26 - vícios
I João 2:1 e 3:9 - pecado por acidente
Calvino (pág. 49)
Seguiu as mesmas linhas de Lutero.
Exegese Pós-Reforma
Confessionalismo
Concílio de Trento - dogmas da Igreja Católica
Contra reforma
Protestantes também firmaram suas doutrinas.
Pietismo
Surgiu em resultado ao confissionalismo.
Retorno à antiga piedade bíblica. Verdadeiro estudo da Bíblia (fé, oração).
Racionalismo
Diz que a razão e a única coisa que pode governar o homem.
Era uma filosofia.
Hermenêutica moderna
O pai da teologia liberal que aplicou os conceitos do racionalismo na teologia cristão, foi Friedrich Schleiermacher (1768-1834)
Lia a Bíblia como um produto puramente humano, e portanto, esta não era nenhuma norma de vida.
- Religião humanista
Para ele, Deus é apenas mais uma experiência, um sentimento.
O homem é agora o centro da religião. Cada um pode ter a sua religião particular. Nenhuma autoridade externa.
Liberalismo
O liberalismo está constituído sobre três coisas:
1 - Não existe o sobrenatural (Não existe Deus, pois Deus é um sentimento)
2 - A Bíblia é um livro puramente humano
3 - A Bíblia deve ser interpretada baseada apenas em recursos humanos (do ponto de vista humano.
Tudo que não é racional deve ser rejeitado.
Vê-se nisto um processo evolutivo (lei do mais forte). Ainda hoje há resíduos deste tipo de liberalismo.
Neo-Ortodoxa
É uma tentativa de aproximar mais os liberais e os conservadores (meio termo, posição equilibrada).
Diz que Deus não se revela em palavras. Portanto, a Bíblia não é a palavra de Deus.
Deus se revela a Sí mesmo, em pessoa ao homem
A Bíblia é um testemunho de homens que experimentaram um contato pessoal com Deus.
Kar Barth
“A Bíblia é a cada passo a vulnerável palavra do homem”.
Emil Brummer
Pegou o pensamento de Bubber e aplicou a Deus:
Conhecida como Teologia do Encontro.
Dizia que não devemos ver a Deus como uma coisa , mas como alguém real.
A Bíblia é o testemunho de homens que tiveram um encontro com Deus.
Martin Bubber
Filósofo, sociólogo alemão com sangue judeu.
Para Bubber isto não tem nada a ver com Deus (religião)
Diz que homens no passado tiveram esse encontro pessoal com Deus e baseados nesse testemunho pessoal, escreveram a Bíblia.
Conceito Neo-Ortodoxo quanto à inspiração
A Bíblia não é inspirada por Deus ao ter sido escrito, mas a Bíblia inspira a todos que a lêem. Para eles, isto é inspiração.
Portanto, a Bíblia deixa de ser normativa
A religião fica sendo algo puramente pessoal.
O pensamento neo-ortodoxo é religioso, mas é extremamente humanista.
ERRADO
O significado de um texto fica sendo aquilo que ele achar melhor, que se adapta melhor à sua condição de vida.
Tantos significados quantos forem os leitores e não há interpretação certa ou errada.
CERTO
Um texto tem apenas um significado, aquele pretendido pelo autor.
Ex: Efésios 4:26-27.
1 - Interpretação e Aplicação
A respeito de Efésios 4:26-27, a que tipo de relações Paulo estava se referindo?
a) relações entre marido e mulher
b) relações entre pais e filhos
c) relações entre membros da igreja
d) relações entre patrão e empregados
Princípio presente neste texto: Na medida do possível, procurar resolver os problemas no mesmo dia. Toda e qualquer aplicação deve derivar da interpretação do texto.
Ao pregarmos, devemos fazer uma boa exegese do texto e estar certo de sua aplicação.
2 - Sensus Plenior
O significado mais profundo intencionado por Deus em uma passagem
Daniel 12:8 - Nem sempre o profeta entende aquilo que ele escreve
“Mesmo os profetas... não compreendiam muitas vezes as mensagens que recebiam” - E.G.W, G.C., pág. 343.
Ex. Isaías 40-66
Salmo 2:7
Sensus Plenior - Só se reconhece olhando o Novo testamento e achando-se passagens do velho testamento citadas com uma outra interpretação.
Tem que ter algo em comum.
Ex: (A.T.) - Isaías 64:4
(N.T.) - I Cor. 2:9
E.G.W. - Atos dos Apóstolos.
Não é Sensus plenior, pois não possui nada em comum.
Um profeta inspirado pode usar qualquer texto da Bíblia e usá-lo com outro propósito. Mas não necessariamente isto seja Sensus Plenior, mas é inspirado e é verdade do mesmo jeito.
Verdade Prescritiva -
É aquela que nos diz o que devemos fazer, uma prescrição.
Ex. Idolatria, Sábado, Deus Criador, etc.
Declaração explícita.
Verdade repetida muitas e muitas vezes na Bíblia como um todo ou no mesmo livro.
Verdade descritiva
Não são normas de vida par hoje, são simplesmente descrições
Ex. Véu na igreja, ósculo santo, mulheres caladas na Igreja.
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