Apocalipse.12:17.
Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do mar. Apocalipse14:12
Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.
Estas duas passagem identificam, sem sobra de dúvida, a Igreja de Deus sobre esta terra. Seus membros são os que guardam os mandamentos de Deus; esses somos nós.
A grande Comissão Evangélica: Mateus 28:18-20
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Quando estamos em nosso trabalho de testemunhar e de mostrar a Verdade aos que ainda não a conhecem, às vezes nos deparamos com pessoas que crêem, sinceramente, que a Lei de Deus foi abolida na cruz do Calvário, e muitas vezes citam textos bíblicos para tentar provar seu ponto de vista. Vejamos três dos principais:
Gálatas 3:24-25.
De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio.
Nesta passagem, Paulo não diz que a Lei tenha sido abolida, mas afirma que, quando ainda éramos rebeldes, a Lei mostrou nossa verdadeira condição, de pecadores perdidos e sem esperança, quando estávamos subordinados ao Aio, de modo que sentíssemos necessidade de um Salvador
. Como se fosse um Aio, o Tutor de uma criança inexperiente, a Lei nos mostra que somos pecadores, que não podemos nós mesmos pagar o preço de nossos pecados, e que dependemos de Cristo para isso.
Paulo também diz que, "tendo vindo a fé", ou seja, tendo aceitado a Cristo como nosso Salvador, e crido nEle, "já não permanecemos subordinados ao aio", pois quem está perdoado e em paz com Deus não é devedor da Lei.
Efésios 2:15.
Aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz,
Aqui Paulo não fala da Lei Moral, da Lei dos Dez Mandamentos, mas explica que a separação que havia entre judeus e gentios nos tempos do Antigo Testamento, deixou de existir porque de ambos, judeus e gentios, Cristo fez um só, a saber, a Sua Igreja, da qual Ele é a cabeça.
Colossenses 2:14.
Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz;
Paulo não diz que a Lei dos Dez Mandamentos foi abolida, mas confirma que a morte substituta de Jesus "cancelou o escrito de dívida que era contra nós, ... encravando-o na cruz".
O que foi realmente encravado na Cruz, e o texto mostra isso, o que foi encravado na Cruz não foi a Lei, mas sim a dívida de todos os pecadores arrependidos, perdoados e justificados mediante a fé em Cristo, pela Graça de Deus.
Vejamos quem era Paulo, e o que pensava sobre a Lei, antes e depois de sua conversão. Ele mesmo diz de si, antes de encontrar Jesus na estrada de Damasco, em
Filipenses 3:3-6.
Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne. Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível.
Notem como ele se define, antes de encontrar a Jesus, como um judeu de linhagem pura, pertencente ao grupo que mais fielmente se esforçava para cumprir a Lei de Deus e assim ganhar a salvação, perseguidor da Igreja porque pensava que Cristo havia tentado alterar a Lei que ele tanto amava.
Vejam como depois do seu encontro com Jesus, sua opinião mudou:
Filipenses 3:7-11.
Mas o que, para mim, era lucro (a salvação pelas obras da lei), isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo, alcançar a ressurreição dentre os mortos.
Paulo conhecia e respeitava o texto de Isaías 42:21, que diz:
Foi do agrado do SENHOR, por amor da sua própria justiça, engrandecer a lei e fazê-la gloriosa.
Paulo entendeu que Jesus não veio abolir a Lei Moral, que é eterna, mas veio sim restabelecer seu verdadeiro sentido, perdido entre as muitas ordenanças humanas criadas pelos judeus.
Paulo entendeu que Jesus, com Sua vida imaculada, com Sua morte substituta e com Sua ressurreição, veio, como disse Isaías, por amor de Sua própria justiça, por amor da mesma justiça que nos é concedida pela fé, veio engrandecer a Lei e fazê-la gloriosa.
Vejamos o que ele nos diz em Romanos 3:10-20.
Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue, nos seus caminhos, há destruição e miséria; desconheceram o caminho da paz.Não há temor de Deus diante de seus olhos.
Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
Paulo sabia que a Lei é necessária ao Governo de Deus, pois não pode haver governo sem leis que estabeleçam as relações entre Governante e governados, e entre os governados entre si. Por esse mesmo motivo ele continua nos versos 21 a 26:
Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter , na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.
E ele arremata (Romanos 3:31):
Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei.
Segundo a reconhecida opinião do Apóstolo Paulo, a fé é quem confirma a Lei.
Quando entendemos isso, quando reconhecemos nossa condição de miseráveis pecadores, quando nos arrependemos e confessamos nossos pecados, aceitando a Jesus como nosso Salvador, então somos perdoados pela Graça de Deus, com base nos méritos de Jesus, nosso Substituto, e não somos mais devedores da Lei (embora ela ainda continue a existir), mas passamos a viver sob o domínio da Graça.
Agora pensemos juntos mais um pouco:Paulo declara que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado, e 1ª João 3:4 confirma o mesmo conceito.
Se a Lei dos Dez Mandamentos tivesse sido abolida de fato, como se poderia saber o que é pecado?
Se não existe Lei, também não existe transgressão, e por conseqüência imediata, também não há pecado.
Se não há pecado, nunca teríamos sido pecadores, pois a Lei que define o que é pecado teria sido abolida há quase 2000 anos atrás, na morte de Jesus, muito antes do nascimento que qualquer pessoa tos tempos atuais.
Continuando,
Se não somos pecadores, então não necessitamos de arrependimento, e
se não necessitamos de arrependimento, então também não necessitamos de Salvador.
Se não necessitamos de Salvador, a conclusão é que Cristo não teria morrido por nós, mas apenas pelos pecadores do Antigo Testamento, e as Escrituras então estariam erradas, pois dizem claramente que Ele morreu pelos pecados do mundo inteiro.
Graças a Deus porque as coisas não são assim, e uma das provas disso é a existência da morte. Em Romanos 6:23 Paulo afirma que "o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor".
A morte ainda existe em nosso mundo, porque o pecado, infelizmente, ainda faz parte da realidade deste mundo, e o pecado ainda existe porque também existe uma Lei que nos ensina a reconhecê-lo (o pecado), e nos diz que enquanto estamos em nossos pecados estamos perdidos, sem esperança, carentes de um Salvador.
Esta é a raiz do problema: quando alguém dá uma interpretação pessoal ao texto das Escrituras, distorce o seu significado e nada mais se encaixa, tudo fica confuso. Quando se tira qualquer coisa - qualquer coisa - da perfeição da Palavra de Deus, tudo o mais perde o sentido, tudo desmorona, porque nela todas as coisas se apoiam mutuamente, são interdependentes.
Se a Lei fosse abolida, com base em que Deus faria o julgamento dos infiéis?
Com base em que Deus julgaria Satanás, e como penalizá-lo por seus crimes?
Veja bem: o maior interessado na abolição da Lei é Satanás, pois isso apagaria os seus pecados sem que ele necessitasse arrepender-se deles, e o mal se perpetuaria no Universo.
Que possamos entender claramente, e lembrar sempre que a compreensão das Escrituras Sagradas depende de uma atitude pessoal humilde, de uma pessoa disposta a ser ensinada pelo Espirito Santo, que é Aquele que nos guia a toda a Verdade.
Possamos nós mostrar a todos, com toda a clareza e amor cristão, que
1. A Lei dos Dez Mandamentos é eterna, como Cristo afirmou em Mateus 5:17.
2. A Lei é necessária, entre outras coisas, para definir o que é pecado.
3. É a Lei que nos mostra que somos pecadores, e que dependemos de Cristo para ser salvos.
4. É a existência da Lei que torna a Graça de Deus necessária para nós, pois
- sem Lei não há pecado,
- sem pecado não há pecadores,
- sem pecadores o Salvador deixa de ser necessário,
- e onde não há pecadores a Graça restauradora de Deus não faz falta.
Que a partir de agora possamos compreender melhor a Lei de Deus,
- para dar-lhe o devido valor,
- e para testemunhar esse conhecimento tão importante a pessoas sinceras que ainda estão perdidas no ensino satânico de que a Lei foi abolida.
Amém.
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