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Estudo dos Livros Poéticos

  • 6/11/2018

Livros Poéticos

16/02/98

I.INTRODUÇÃO

1.A Poesia Bíblica: Suas características e peculiaridades.

A poesia é a arte de escrever em verso, ou uma composição poética de pequena extensão.

Verso é a maneira artística de falar ou escrever empregando os recursos da retórica, métrica e a criatividade afim de criar algo único e belo.

Cerca de 1/3 do AT está em forma poética; esses textos poéticos aparecem:

A. Na forma de breve extratos poéticos. Gn 4:23,24; Ex 15:21; Nm 21:17-18; 1Sm 18:7.

B. Na forma de composições mais longas. (Cânticos, hinos, oráculos) Gn 49:2-17; Ex 15:1-18; 1Sm 2:1-10.

C. A poesia domina a maior parte de livros tais como Jó e Eclesiastes.

D. Livros inteiramente poéticos: Salmos; Provérbios; Cantares; Lamentações.

No AT somente os livros de Levítico, Rute, Esdras, Neemias, Ester, Ageu e Malaquias contém bem pouco ou nenhuma poesia.

A poesia bíblica não tem nenhuma acentuação diferente.

Atualmente a identificação dos textos poéticos do AT têm sido feito na seguinte base:

A. Através da identificação da presença do paralelismo no texto; esta é a característica mais marcante da poesia bíblica. O texto usa fortemente o paralelismo... O primeiro indivíduo a identificar esses paralelismos na Bíblia foi Robert Lowth, De Sacra Poesi Hebraeorum. . . (1753).

B.Proposto em 1965 por J. Hoftijzer “Remarks Concerning the Use of the Particle ’t in Classical Hebrew”. Oudtestamentische Studien 14 (1965); 1-99. Artigo escrito falando sobre a partícula ’et; que indica objeto direto. Essa partícula é característica em textos em prosa mas rara nos textos poéticos.

C.Método desenvolvido por F. I. Anderson e David N. Freedmam. Suas discussões podem ser encontradas no livro Pottery, Poetry and Prophecy, (Winoma Lake, IN: Eisenbrauns, 1982). Eles, tomando do método anterior, notaram que não só a partícula do objeto direto não é encontrada na poesia, mas também pronomes relativos, artigos definidos, etc. as assim chamadas partículas da prosa não o são. A sugestão deles é a seguinte: Quando se pega um texto, nota-se que 15% ou mais do texto são partículas de prosa, então isso é prosa; se vai de 5% a 15% de partícula de prosa, então isso é prosa oracular; menos de 5%, então é poesia. Esse é o método mais usado atualmente para determinar e classificar um texto como poético ou não.

 

Paralelismo Dentro da Poesia Hebraica.

Literatura: Archer, Gleason, Merece confiança o AT?

O Artigo “Poesia” no Novo Dicionário da Bíblia, Edições Vida Nova.

Introdução à poesia hebraica - Derek Kidner, SalmosI, Série Cultura Bíblica. Ed. Vida Nova.

O paralelismo não existe somente na poesia bíblica; o uso do paralelisnmo tem sido encontrado nas composições poéticas das culturas mais variadas. É encontrado em poesias antigas chinesas e japonesas, filandesa, turco antigo, Romênia, Mongólia, Sânscrito, etc.

 

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23/02/98

Tipos mais comuns de paralelismo dentro da poesia hebraica:

A. Paralelismo Sinônimo - A linha subseqüente, ou seja, a segunda linha geralmente, repete ou reforça o que foi dito na primeira linha sem adicionar muito mais ao que já foi dito. Ex. Sl 32:1; 3:1; 119:105 (parcial); 103:10 (Completo).

B. Paralelismo Antitético - A linha subseqüente, normalmente a segunda, contrasta o pensamento da primeira. Ex. Sl 20:7-8; Pr 10:1

C. Paralelismo Sintético - A linha subseqüente acrescenta à primeira algo que fornece mais infirmaçãoes sobre o tema ou assunto tratado. Ex. Sl 2:6; Pr 26:4; Sl 1:1,2.

D. Paralelismo Quiástico - Nesse paralelismo as linhas ou pensamentos diametralmente opostos estão relacionados entre si. Ex. Sl 30:8-10.

 

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24/02/98

Cont.

E. Paralelismo de Gradação Ascendente ou Técnica Progressiva ou Paralelismo de Escada - Neste paralelismo o mesmo pensamento é expresso de uma forma cada vez mais energética, mais precisa. A primeira linha é incompleta em si mesma enquanto que a segunda linha retoma certas palavras da anterior e completam o pensamento. Ex. Sl 29 A. Tributai ao Senhor, filhos de Deus

A1. Tributai ao Senhor, glória e força

A2. Tributai ao Senhor, a glória devida ao Seu nome

A3. Adorai o Senhor na beleza da Santidade.

 

F. Paralelismo Simbólico - A primeira linha serve de metáfora para ilustrar a segunda sem estabelecer uma relação explícita; duas idéias são, simplesmente, justapostas uma à outra. Ex. Pv 11:22 A. [Com] Jóia de ouro em focinho de porco

A1. [Assim é] mulher formosa que não tem discrição.

Ex. Pv 25:25.

 

2. A Sabedoria no A.T. e no Antigo Oriente Médio.

A. Introdução - Geralmente dois tipos de literatura sapiencial se desenvolveram no AOM:

a)Sabedoria Proverbial - Na forma de ditados curtos e diretos ao ponto que tratavam de conselhos e regras para a felicidade e o bem-estar pessoal; ou que resumiam a sabedoria adquirida na experiência e faziam observações pertinentes acerca da vida. Provérbios.

b)Sabedoria Especulativa ou Contemplativa - Na forma de monólogos, diálogos ou ensaios que exploravam os problemas básicos da existência humana tais como o sentido da vida ou o problema do sofrimento. Jó, Eclesiastes, Cantares.

 

 

A literatura sapiencial do AOM era essencialmente prática, ética e religiosa.

a)Prática - Os problemas tratados na sabedoria do AOM são essencialmente relacionados com a vida prática e o bem-estar do ser humano. A forma de raciocínio é extremamente concreta com pouca abstração e teoria. A própria maneira de apresentar um ponto é direta e usa imagens concretas envolvendo objetos criaturas e experiências. Ex. Pensamento ocidental - A união faz a força; provérbio Árabe - dois cães matam um leão. Pensamento ocidental - Para os entendidos, uma palavra basta; pensamento bíblico Pv 17:10 “Mais fundo entra uma repreensão no prudente. . .”

No pensamento bíblico tudo é relacionado entre si, nada escapa, e nada deixa de influenciar um ao outro.

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03/03/98

Cont.

b)Ética - A sabedoria do AOM está intrisicamente concentrada nas questões ética da vida; o que se deve e o que não se deve fazer e o porquê. O foco é o ser humano, sua vida, seu dia-a-dia, seu relacionamento com os outros, seu relacionamento com Deus e o seu destino final. Ex. Livro de provérbios.

 

c)Religiosa - Não existe separação entre o sacro e o profano no pensamento do AOM; tudo é parte de uma só realidade; o divino e o celestial é parte constante e fundamental da existência humana; o ser humano tem de posicionar-se e relacionar-se com o divino seja num relacionamento de fé e crença ou rejeição.

 

B. A Literatura Sapiencial no A.T - A sabedoria no AT está representada em composições inteiras de caráter sapiencial como os livros de Jó, Provérbios e Eclesiastes. Ela aparece também em vários Salmos (1; 32; 34; 37; 49; 73; 112; 127; 128; 133). Tanto Cantares como Lamentações denotam elementos típicos de sabedoria nas suas figuras de linguagem e formas utilizadas, tal como uso de acróstico. Elementos típicos da sabedoria são encontrados também nos livros proféticos (Daniel é um sábio por excelência).

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10/03/98

Referência aos sábios e à sua importância e influência na religião bíblica aparecem bem cedo no texto do A.T. Ex. Gn. 41:39 (duas palavras típicas de sabedoria: Hacham = sábio; Navom = entendimento) José do Egito. Aparece referência a eles também no texto bíblico na corte real, são os conselheiros e sábios do rei. Ex. 2Sm 15:31-34; 16:23; 17:1-14 (Aitofel e Husai); Dn 2:12-14; 5:7-16. No tempo de Jeremias os sábios estão relacionados entre os líderes de Israel que estavam desviando o povo Jr 8:9; 18:18.

Temos referência no AT à sabedoria popular; os sábios ocupavam uma importante função na sociedade israelita, como nas outras sociedades do AOM. Entre estes sábios eram contados:

a)Pessoas com habilidades especiais (Dotados) em algum ramo ou profissão. Ex. (1)Bezalel e Aoliabe eram dotados p/ trabalhar em ouro, prata, bronze, pedras, desenhar, etc Ex 31:2-6; 35:30 - 36:2. (2)Pilotos e construtores de navios de Tiro Ez 27:8-9. (3)Mulheres habilidosas na arte da lamentação (carpideiras) Jr 9:17.

b)Pessoas que se destacavam em sabedoria e inteligência para dar conselhos e orientações; estas pessoas estavam geralmente encarregadas em ensinar. Ex (1)Anciãos Jó 12:12; 32:7; (2)Pais / pai e mãe Dt 32:7; Pv 1:8; (3)Juízes e líderes da cidade Dt 16:18-20; (4)Sábios em geral 2Sm 14:2-20 (mulheres de Tecoa), 2Sm 20:18,22 (Mulher da cidade de Abel)

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16/03/98

C. Salomão e a Sabedoria do AT - O rei Salomão representa o ápice do movimento e da literatura sapiencial do AT. A magnitude da importância de Salomão é apresentada em 1Rs 4:29-34 e em 1Rs 10. Salmos de Salomão 72 e 127; Provérbios, Eclesiastes e Cantares são livros escritos por Salomão. A Bíblia claramente, nos livros de reis, identifica Salomão como sendo um grande sábio. A existência de uma escola de sabedoria é apenas uma hipótese.

 

D. A Procura da Sabedoria um Empreendimento Internacional - Ao contrário da literatura legal(leis, pentateuco), da literatura histórica (Josué a Ester) e da literatura profética (Isaías - Malaquias), que tem características marcadamente israelitas e em muitos pontos são totalmente distintas da literatura do AOM e do resto do mundo, a literatura sapiencial do AT é marcada por um caráter internacional e universal.

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17/03/98

Leitura p/ dia 31/03/98

1)Comentário Bíblico Adventista vol III pp 493-496

2) Andersen, , Introdução e Comentário, pp 39 - 89.

 

Cont.

a)Jó é o herói de um dos mais importantes livros da literatura de sabedoria do AOM; porém ele não é israelita e nem há menção ao povo de Israel nesse livro. Assim percebemos a característica de universalidade desse tipo de literatura.

b)A sabedoria de Salomão(que é israelita) é comparada com a sabedoria dos sábios do oriente e com a sabedoria dos sábios do Egito1Rs 4:30. A sabedoria de Salomão é comparada com a sabedoria universal 1Rs 4:31, 34; 10:1-25. Diz-se que a sabedoria de Salomão correu por todo o mundo.

c)O livro de Provérbios e Eclesiastes estão centrados no “indivíduo” e na sua responsabilidade diante da vida, dos outros, e diante de Deus; portanto, eles têm um foco universal.

 

obs: A evocação da lei de Deus dentro do enfoque universal/internacional da sabedoria demonstra o caráter universal da mesma. (Jó 23:12; Ec 12:13).

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II. O LIVRO DE JÓ

1. Nome.

O livro leva o nome do personagem principal. Em Hebraico é IYYOb que significa: (1)Tradicionalmente se tem relacionado o nome de Jó com a palavra hebraica OYEb (inimigo); entendido na voz ativa como aquele que se tornou um inimigo, ou na voz passiva como aquele que foi tratado como um inimigo.

Na língua árabe antiga e numa língua parente do árabe chamada “tamudic” encontramos nome de pessoas escrito assim Yb e em acadiano AYYAbU, e todas estas tem o sentido básico da palavra inimigo que aparece no livro de Jó.

(2)É encontrado em babilônico antigo passoas que se chamavam AYYAbUm; e nos textos semíticos encontrados no Egito (tell el amarna) encontramos o nome A-IA-Ab e esses dois nomes significam “onde está o pai?”.

(3)Em árabe, aparece a palavra AYYUb que quer dizer arrepender-se.

 

2. Autoria e Data.

A datação do livro de Jó depende do conceito de sua autoria, devemos fazer distinção entre 2 aspectos para determinar sua data e autoria.

a)Tempo de Jó - Tempo em que a história ocorreu (tempo mais antigo).

b)Quando a história foi registrada (tempo mais recente).

 

a)Tempo de Jó.

Jó era um sábio da terra de Uz (no AT existem dois Uz: 1. Um que era filho de Naor Gn 22:21; 2. tem o outro que era filho de Edom/Esaú Gn 36:28). Vemos que o texto bíblico localiza esta terra de Uz na região norte da Arábia, perto dos edomitas, perto do monte de Seir (Lm 4:21)

Os amigos de Jó - Elifaz era de Temã que é a mais importante cidade de Edom (Am 1:12; Ob 9; Jr 49:7, 20; Ez 25:13; Hb 3:3).

Bildade é chamado o suíta que está ligado com o nome de “Sua” que não aparece no AT como se referindo a uma terra; no entanto, esse nome é encontrado como sendo um dos filhos de Abraão com Quetura, esse filho passou a viver nas terras do oriente (Gn 25:1-6; 1Cr 1:32).

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24/03/98

Zofar, o naamatita é difícil de saber de onde ele é porque não temos nenhuma evidência de um local chamado Naamá; a única vez que esse nome aparece no AT é com referência a uma das esposas de Salomão que se chamava Naamá (1Rs 14:21), que era mãe de Roboão e era amonita; portanto não sabemos a origem de Zofar.

Eliú, o Buzita da terra de Buz que é um país que fica ao leste da Arábia mencionado também em Jr 25:1, 23; temos também um dos flhos de Naor (irmão de Abraão) se chamava Buz Gn 22:21. Isso nos mostra um período posterior a Abraão, posterior a época de Isaque e Esaú visto que um de seus amigos era descendente de Esaú.

Outra evidência da época de Jó é a descrição de sua vida e de suas posses. Quando a Bíblia descreve a vida e posses de jó é semelhante à maneira como era medida a riqueza dos patriarcas.

Evidências de uma época da era patriarcal

1. Jó viveu bem mais de cem anos Jó 42:16.

2. A organização da família era em forma de clã e Jó funcionava como sacerdote da família Jó 1:5.

3. A descrição de sua riqueza (descrita em forma de gado) assemelha-se à descrição da riqueza do tempo de Abraão Jó 1:3.

4. A referência a uma moeda chamada “quesitah” que é uma moeda de prata Jó 42:11; vemos na vida de Jacó menção a essa moeda Gn 33:19 e sua última referência em Js 24:32.

5. Referência ao ataque dos sabeus e caldeus Jó 1:15; 1:17. Descrevendo uma época em que esses 2 povos estavam em forma de tribo nômade e não em forma de uma nação estabelecida.

 

Autoria

Existem 6 diferentes posições com relação a autoria:

1. O autor viveu ou antes ou até a época de Moisés (Como igreja acreditamos nessa idéia). Os argumentos a esse favor são as evidências que estão logo acima; outro argumento é que o texto de Jó é um relato fiel dos próprios discursos dos cinco personagens que aparecem no livro; se os discursos são um relato fiel, então o autor que manteve esses discursos foi alguém que presenciou, viveu ou estava muito próximo a esses acontecimentos. Pode ser que o próprio Jó manteve os relatos desses discursos ou alguém muito próo a ele. A história poderia ter permanecido em forma oral entre as tribos da região arábica e Moisés a poderia ter posto por escrito tempos depois. O Talmude sugere que Moisés foi o autor do livro de Jó, e Ellen G. White deiz que Moisés escreveu o livro de Gênesis e de Jó durante os 40 anos que ele passou no deserto de Midiã (SDABC III p 1140).

 

2. Na época de Salomão. Os que sugerem essa data são: Lutero, Keil e Delitzech, Young, Unger.

Eles propõem essa data baseados em que a época de Salomão era uma época de prosperidade com grande interesse em literatura per-si em vez de um interesse somente na auto-realização nacional de Israel.

Outro argumento é que na época de Salomão era uma época de grande interesse na “hochmah” (sabedoria) e sendo que Jó é um livro de sabedoria ele surgiu nessa época.

Ainda outro argumento é a semelhança entre Jó 28 e Provérbios 8 na sua exaltação à sabedoria.

O último argumento é que o reconhecimento, no livro de Jó, dos países estrangeiros pode muito bem evidenciar o caráter internacional e os contatos internacionais dos dias de Salomão.

Crítica a essas idéias.

Todos esses argumentos são apenas especulativos, não existe nenhuma prova para os mesmos.

Se nós adotarmos uma época de Salomão para a história do livro de Jó , falamos que essa história é apenas uma lenda (pois não poderia ser verídica devido à distância entre o autor e os acontecimentos ali narrados - Mais ou menos 700 anos).

 

3. O autor de Jó escreveu o livro durante o reinado de Manassés (VII sec aC.)

Como defensores dessa idéia temos: Ewald e Hitzig. Eles propõem esse argumento por duas razões: (1)A época de Manassés é uma época de degeneração moral e injustiça social. Período durante o qual, portanto, questões quanto à providência divina exigiam ansioso escrutínio com o erro entronizado e a verdade no cadafalso. (2)Quem teria escrito um livro nesse caráter iria dar proeminência ao assunto do sofrimento dos inocentes e à prevalência do infortúnio e da calamidade. Eles tomam um verso de Jó 9:24 que diz que a terra está entregue nas mãos dos perversos. A época de Manassés era muito indicada para o tipo de literatura que era Jó.

Crítica a essa idéia.

As alusões ao sofrimento em Jó não indicam o infortúnio mais generalizado do que o que se pode achar em muitos períodos da história de Israel e também em muitas épocas da história da humanidade.

Sobretudo a história de Jó fala sobre o sofrimento de um homem e não de uma nação. Não existe nada em Jó que representasse a triste situação de Israel em geral. Jó sofre porque é justo e Israel sofre porcausa da apostasia.

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31/03/98

4. Durante o período do profeta Jeremias (final VII sec e início do VI sec aC).

Os defensores dessa idéia são: Eteimmueller, Andersen, Hartley.

Trazem essas idéias pelas seguintes razões:

a) Semelhança de linguagem entre Jó e Jeremias Jó 21:7-15 // Jr 12:1-3; Jó 3:3-26 // Jr 20:14-18.

b) Semelhança entre a figura do servo sofredor de Isaías 40 - 55 com o personagem Jó.

c) O fato da terra de Uz ser mencionada no AT somente em Jó e em Jeremias 25:20 e em Lamentações 4:22. Se só é mencionado nesses livros, e Lm é do tempo de Jeremias, conclui-se que jó também o é.

 

Críticas a essas idéias

A semelhança entre Jó, o profeta Jeremias e o servo sofredor em Isaías são inconclusivas; elas comprovam somente que os três foram servos fiéis a Deus e sofreram por serem fiéis. O tema de ser fiel a Deus e sofrer é comum em...

A questão da prosperidade dos perversos, por exemplo, é muito mais debatida em Salmos 37 do que em Jeremias 12:1-3; no entanto, esse Salmo é considerado, mesmo pelos críticos, como sendo de Davi e foi escrito 400 anos antes de Jeremias.

O fato de Jeremias amaldiçoar o dia do seu nascimento em termos semelhantes a Jó Jr 20:14-18, pode indicar mais provavelmente que Jeremias estivesse usando a Jó do que vice-versa.

O fato de Uz ser mencionado em jeremias e Lamentações só comprova a realidade histórica dessa região e nada mais.

 

5. O livro de Jó foi escrito durante ou depois do exílio babilônico (durante o VI sec).

Os defensores dessa idéia são: Genung, Terrien, Guillaume, Budde, Driver.

Defendem essa idéia devido as seguintes razões:

a) Cativeiro babilônico provê o contexto necessário para a discussão sobre o sofrimento humano entre o povo de Deus (Judá).

b) Paralelo entre Jó e o servo sofredor de Isaías 40 - 55.

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06/04/98

c) O autor escreve uma ficção histórica para encorajar os exilados judeus que sofriam sob o julgo babilônico.

d) A forma extraordinariamente desenvolvida da moralidade e do conceito de Deus que se descobre no livro de Jó.

 

Críticas a essas idéias

a) O livro de Jó não trata de alguém em cativeiro mas do sofrimento do inocente sem razão aparente.

b) O sofrimento de jó tem semelhanças com o do servo sofredor de Isaías mas não é idêntico. Jó através do seu sofrimento não redime a ninguém enquanto o do servo sofredor redime.

c) É difícil imaginar que um autor judeu durante ou depois do exílio babilônico excolhesse um personagem de origem provavelmente edomita para ser o herói do seu livro; em vista da aversão que os israelitas tinham para com Edom nesse tempo Ez 25:12-14; 35:1-15; Sl 137:7.

d) As idéias e a teologia de Jó só podem ser consideradas “avançadas demais para a época” por aqueles que aceitam uma reconstrução crítico-liberal da história de Israel e rejeita a realidade da revelação.

 

6. O Livro de Jó Foi Escrito no Quarto ou Terceiro Século aC (durante a época do segundo templo).

Os defensores dessa idéia são: Dhorme; Fohrer; Gordis.

Razões:

a) A ordem da lista de oficiais em Jó 3:14-15 ( reis, conselheiros e príncipes) corresponde à hierarquia do império Persa / conferir Ed 7:28; 8:25; Es 1:3.

b) É o que se encontra escrito em Jó 19:23-24. Eles consideram esse pedido (de Jó) como referente à famosa inscrição de “Behistum de Dario” 520 aC que foi escrita com letras de ferro e de chumbo.

c) Jó 9:25 fala da velocidade do correio. Eles vêem como referência ao serviço de correio/mensageiro instituído por Dario.

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07/04/98

d) Referência às caravanas de mercadores de Temã e Sabá. No período persa havia muitos mercadores, portanto essas referências dizem respeito ao período persa.

e) O grande número de aramaísmos que aparece no texto de Jó (indício de um período onde o aramaico tinha uma grande influência em Israel, ou seja, após o exílio babilônico).

f) A referência a Satanás em Jó indica um período tardio na religião de Israel quando a anjeologia e a demoniologia eram bem desenvolvidos, ou seja, após o contato dos hebreus com a religião medo-persa.

 

Críticas a essas idéias

a) Em Jó 3:14 ele não está colocando em ordem de autoridades os que ali são mencionados; o que ele faz é apenas uma referência ao que, tanto reis como conselheiros, faziam como providências para a morte. Ele os coloca em pé de igualdade. (paralelos Am 1:15; 2:3).

b) No AOM os dois metais para gravar na rocha eram o ferro e o chumbo, portanto isso não tem nada a ver com “as letras de ferro e de chumbo” do documento de Dario.

c) Os correios sempre foram algo rápido e não somente no tempo do império Persa.

d) Com respeito às caravanas, Temã e Savá sempre foram entrepostos comerciais desde a antiguidade.

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08/04/98

e) Com referência aos aramaísmos, pode ser explicado pelo fato de que Jó e também seus amigos não falavam hebraico mas, possivelmente, um dialeto aramaico; portanto, ao autor escrever o que aconteceu, seria comum aparecer tantos aramaísmos. Gn 31:47 mostra que o aramaico já estava em relação com o hebraico.

f) Com referência ao fato de que Satanás aparecer no livro indica um período posterior, só pode ser entendida como pura especulação que descarta o clamor bíblico.

 

ESTRUTURA DO LIVRO DE JÓ

I. Prólogo (1:1-2:13) Narrador quem fala.

 

II. Diálogos (3:1 - 42:6)

1. Primeiro ciclo: Jó e seus 3 amigos

a)Jó (3:1 - 26)

b)Elifaz (4:1 - 5:27)

c)Jó (6:1 - 7:21)

d)Bildade (8:1-22)

e)Jó (9:1 - 10:22)

f)Zofar (11:1-20)

2. Segundo ciclo: Jó e seus 3 amigos (12:1 - 20:29)

a)Jó (12:1 - 14:22)

b)Elifaz (15:1-35)

c)Jó (16:1 - 17:16)

d)Bildade (18:1-21)

e)Jó (19:1-29)

f)Zofar (20:1-29)

3. Terceiro ciclo: Jó e seus 3 amigos (21:1 - 31:40)

a)Jó (21:1-34)

b)Elifaz (22:1-30)

c)Jó (23:1 - 24:25)

d)Bildade (25:1-6)

e)Jó (26:1-14)

f)Jó (27:1 - 28:28)

g)Jó (29:1 - 31:40)

4. Quarto ciclo: Eliú fala pelos 4 (32:1 37:34)

a)Eliú (32:1 33:33)

b)Eliú (34:1-37)

c)Eliú (35:1-16)

d)Eliú (36:1 - 37:24)

5. Quinto ciclo: YHWH e Jó (38:1 - 42:6)

a)YHWH (38:1 - 40:2)

b)Jó (40:3-5)

c)YHWH (40:6 - 41:34)

d)Jó (42:1-6)

III. Epílogo (42:7-17) Narrador quem fala.

 

O sofrimento não é a principal idéia no estudo teológico no livro de Jó. Nesse estudo aparece a idéia de Graça.

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13/04/98

TEOLOGIA DO LIVRO DE JÓ

O principal tema do livro de Jó é a graça.

O ponto central da teologia de Jó está estabelecido no seu prólogo e no seu epílogo.

Logo no prólogo é dito a razão do sofrimento de Jó. Jó sofre porcausa de 2 desafios que Satanás lançou diante de Deus. O leitor sabe porque Jó sofre; Jó não sabe mas o leitor sabe. A grande pergunta de Jó é “porque o Senhor não me permite morrer?”. A pergunta “o porque do sofrimento?” é a pergunta dos amigos de Jó.

 

Os 2 Desafios de Satanás - Lançados diante de Deus perante todo o universo quando todos os filhos de Deus se reuniram. Este é o centro teológico do livro.

Jó 1:9-11 - Porventura Jó “debalde”(Hinnan = graça) teme a Deus? Satanás desafia o Senhor diante de todo o universo dizendo que não existe graça. Se Deus abençoa, o homem obedece a Deus, se não ele não O serve, dizia Satanás.

Jó 2:3 - Para o consumir “sem Causa”(Hinnan = de graça).

Jó 2:4-5 - Segundo desafio de Satanás.

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14/04/98

“Se me amares, terás isso, isso e isso; porém, se não me amares te destruirei”; Afirmava Satanás, ser esta a posição de Deus para com o homem.

Jó 2:2-5 - Tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. “Todo ser criado ama a si mesmo mais do que a, e se o Sr. ameaçar a existência deste ser ele vai se revoltar contra ti”; dizia Satanás contra Deus, em relação a Jó.

“O homem não serve a Deus afim de benefícios, mas sim porque O ama”; dizia Jó. Ele mostra a graça total sem razão nenhuma e nem interesse nenhum a não ser só pelo Senhor. A vindicação do caráter de Deus é o centro teológico de o livro de Jó. Como Cristo Jó participa do papel de Cristo de vindicar o caráter de Deus perante todo o universo. Bem-aventurados os que sofrem porcausa da justiça Mt 5:10-12.

Somos chamados a ser co-participantes com Cristo, nos seus sofrimentos, na vindicação do nome de Deus e na efetivação da graça divina no mundo. Mt 10:24-25(se eu sofri, quanto mais vocês também vão sofrer); Lc 6:40(nosso privilégio é vindicar o nome de Deus se somos discípulos bem instruídos); Jo 3:16-17; 15:18-27; 16:1-4; At 5:41; Rm 8:17(se com Ele sofremos, com Ele seremos glorificados); 1Pe 2:20; 3:14; 4; 5:10; 1Co 4:9-13.

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20/04/98

O Sofrimento

O sofrimento aparece sim no livro de Jó, mas interessante é que a pergunta do porque do sofrimento só aparece no diálogo entre Jó e seus amigos e no monólogo de Eliú. É neste nível, no nível do arrazoamento humano que a questão é levantada e várias tentativas de resposta são dadas; no entanto, o contraste é que quando Deus aparece Ele não dá resposta nenhuma, não diz porque Jó sofria, ao contrário, condena os amigos de Jó.

A grande pergunta de Jó não é porque ele está sofrendo, mas sim “porque Ele não me deixa morrer?” Quem tenta explicar a razão do sofrimento são os amigos de Jó.

Todo o problema de Jó, toda a angústia vem do fato de Deus ter proibido Satanás de tirar-lhe a vida. Porque Ele não me permite ter descanso, é a pergunta constante de Jó.

Jó 3:3-11 - Jó amaldiçoa o dia do seu nascimento.

Jó 3:12- 19 -

Jó 3:20-26 - Jó espera pela morte e a deseja. Jó não perguntou porque estava sofrendo.

Jó 4:7-8 - primeira resposta racional à pergunta de Jó. (Lógica)

Jó 4:12-21 - segundo argumento (Elifaz teve “uma visão”) O ser humano é frágil, pecador, imperfeito, portanto ele sofre. (“revelação”)

O errado dos argumentos de Elifaz é que ele os aplica a toda e qualquer situação; eles (os argumentos) não são maus em si mesmos.

A pessoa em dor, muitas vezes não é racional, e por isso é difícil tentar consolá-la, pois geralmente, tentamos usar a lógica para fazê-lo.

Jó 6:1-3, 26-27 - Calma não me tome muito a sério porque estou em dor.

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27/04/98

Jó 6:8-10 - Quem dera Deus atendesse o meu pedido e eu morresse. ( A afirmação de Deus a Satanás: “toca nele mas preserva-lhe a vida”; foi o grande tormento de Jó).

Jó 6:11-12 - Eu estou pronto p/ morrer, porque não me deixa morrer?

Jó 6:14 - O que Jó espera de seus amigos é a compaixão.

Jó 6:21 - Se vocês não me tem compaixão vocês são nada para mim.

“O ser humano, muitas vezes, quer se tornar mais santo do que Deus; pois onde Deus usa misericórdia para com o homem, nós nos preocupamos só com a norma sem importar-nos com o ele”. Reinaldo Siqueira.

Jó 6:28-30 - Julguem novamente e vejam que eu não pequei.

Jó 7:3-7 -

Jó 7:16-21 - Se tenho pecado, Senhor, perdoa-me e me deixa morrer em paz.

 

O ser humano, em toda e qualquer situação, quer defender a Deus.

O fato de racionalizar todos os atos de Deus é uma tentativa do homem. (O ser humano é criatura e não criador, ele não pode nem deve tentar explicar a Deus nem os seus atos deve apenas submeter-se a Ele)

Jó 8 Bildade diz que Jó é um erege. Se Deus te castiga é porque você pecou. Deus não perverte o juízo (8:3).

Jó 9:2 - Eu sei que o homem não pode ser justo para com Deus.

Jó 9:3 - Jó relata a experiência que irá passar no final do livro.

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05/05/98

Jó 9:14 - Experiência que irá passar no final do livro.

Jó 9:17 - “Sem causa”.

Jó 9:24 - Será que Deus teria misericórdia de mim?

No capítulo 9 ele diz o que vai acontecer. No cap. 10 Jó faz um pedido 10:2 “Não me condenes faz-me saber porque contendes comigo”; e um segundo pedido 10:18-22 “deixa-me morrer”.

Cap 11 - Os amigos começam a tratar Jó com mais vigor. A tese base é : “Jó é um pecador”(Jó 11:6).

Os Altos de Jó

Cap 9:2-15 - Se Ele me perguntasse, nenhuma das mil coisas eu poderia responder. Reflete o diálogo final entre Jó e Deus (Primeiro alto).

Cap 13:15-16 - Uma tradução possível seria “ainda que Ele me mate nEle esperarei, pois defenderei o meu procedimento”. O texto parece ir nessa direção (positiva). (Outro alto de Jó)

Cap 16:18-21 - A noção de “contra” não é muito boa. “Para que mantenha o direito do homem com o próprio Deus e do filho do homem contra o seu próximo. Eu sei que há alguém que advoga por mim. (Outro alto)

Cap 17:3 - Não existe ninguém em que eu possa ter esperança a não ser Tu. (Alto)

Cap 19:25-27 - Sei que meu redentor vive, e que no final eu O verei na minha carne. (Alto)

Cap 27:1-10 - Mais um alto de Jó.

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11/05/98

Os Baixos de Jó

Jó 9:16-24 - Se não é Ele o causador disso, quem é logo? Se eu pedisse misericórdia Ele não teria misericórdia de mim.

Jó 16:7-18 - Jó está lá embaixo e logo em seguida (verso 19 em diante) ele sobe.

Jó 30:19-21 -

No meio desses baixos de Jó, ele faz um protesto contra seus amigos. Jó protesta contra eles porque eles se fazem defensores de Deus e acusadores dele (Jó) Jó 13:7-13; 16:2-5; 19:21-22.

Outro ponto importante é que Jó contesta a tese da causa e efeito (se está sofrendo é porque existe pecado). Jó 21:7-34; 24:1-25; etc.

Jó dá o grito final contra Deus em Jó 31:35-40

O acréscimo da animosidade de Jó está em face a acusação dos seus amigos.

 

Deus Aparece

Jó 38:1 - 41:34 - Deus aparece e só faz perguntas, mas a razão do sofrimento de Jó Ele não declara.

Deus “parece” que está colocando Jó no seu lugar:

Palavras de Deus: Jó 38:1 - 41:34 Respostas de Jó: 40:3-5; 42:1-6.

Ao notarmos a maneira que Deus lida com Jó, vemos que depois de colocá-lo no seu devido lugar Ele continua e fala a seus amigos e diz que Jó é que falou o que era reto (Jó 42:7). Deus nunca falou a Jó que estava irado com ele mas aos seus amigos ele falou (Jó 42:7).

Deus aceita intercessão de Jó em favor de seus amigos. Deus repreende seus advogados Ele não necessita um homem acusando a outro homem defendendo a Deus. Os argumentos dos amigos de Jó são vistos como loucura. Devemos ter cuidado ao formular qualquer teoria para defender a Deus.

Quão seriamente toma Deus as palavras de um desesperado ditas em desespero? Deus disse que Jó falou justiça apesar de nos escandalisarmos com certas decclarações suas.

Deus não deu nenhuma explicação para Jó mas também não deuixou de dar a solução para ele (Jó 42:5, 10-12). A solução é o próprio Deus. Vindicou Jó diante de seus amigos e mudou a sua sorte.

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12/05/98

O LIVRO DE SALMOS

Livro I - Sl 1-41

Livro II - Sl 42-72

Livro III - Sl 73-89

Livro IV - Sl 90-106

Livro V - Sl 107-150

 

Autoria

A indicação a respeito da autoria dos Salmos vem, geralmente, no cabeçário dos mesmos, o texto em si não identificam quem é o autor. Porém, nem sempre existe esse cabeçário. A única menção a autoria, no próprio texto, é no Sl 72:20.

Temos 1 salmo de Moisés (Sl 90). Cerca de 1450 - 1400 aC.

Temos 73 salmos de Davi ( a maioria está nos livros 1 e 2). Cerca de 1020 - 975 aC.

Temos 12 salmos de Asafe (50, 73-83). Cerca de 1020 - 975 aC.

Temos 10 salmos dos filhos de Coré (42, 44-49, 87-88).

Temos 2 salmos de Salomão (72, 127). Cerca de 975 - 930 aC.

Temos salmo de Hemã o Ezraíta (88)

Temos 1 salmo de Etã o Ezraíta (89)

Temos salmos que claramente indicam o tempo do exílio e a restauração do exílio. (Sl 126, 137 exílio e restauração). A data mais próxima para a composição dos salmos é o ano 500 aC. Não existe nenhuma evidência a salmos posteriores a essa data.

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17/05/98

Teologia dos Salmos

É um dos livros preferidos. Os evangélicos gostam muito, porque acham que nele tem uma das maiores expressões evangélicas. Para eles, encontra-se nos Salmos, o início da fé cristã.

1. O livro de Salmos, a propósito, é introduzido com uma dupla bênção, é utilizada como uma intodução geral. Os dois primeiros salmos apresentam essas bênçãos.

Sl 1 - Bem aventurado: ênfase na lei é um paralelo que é fundamental na Bíblia (Dt 30:15-20; Js 1:7-9).

Jesus começou seu ministério com “bem aventurado”.

Sl 2 - Segunda bênção - ênfase no messias. Bem aventurado todos os que nEle se refugiam. (Bem aventurado os que se refugiam no messias).

Uma noção de juízo e bem aventurança começa nos salmos. Apresenta os dois caminhos da vida.

Outros salmos messiânicos: 8, 16, 22, 40, 41, 45, 6, 69, 72, 102, 109, 110.

A noção de juízo e bem aventurança está presente em toda Bíblia. Esta é uma noção clara da aliança.

2. Os salmos é um livro de louvor do homem para Deus, que para nós se transformou a palavra de Deus.

Isto ilustra um dos muitos modos de como Deus nos fala. Hb 1:2.

O processo é de baixo para cima, e isto nos mostra como o ser humano tomado pelo Espírito Santo pode se tornar um instrumento de revelação; o homem imbuído pelo Espírito responde a ação de Deus em gratidão e louvor, em pedido e súplica, em pranto e em clamor, e esta ação do homem, se torna a palavra de Deus para nós.

3. Conclusão: O livro de salmos é concluído com uma série de aleluias. Especialmente os cinco últimos salmos (146-150).

Conclui com uma ênfase especial na resposta devida do homem à Deus, que é uma resposta de louvor. O homem deveria louvar a Deus.

Os salmos começam com uma ênfase na lei (palavra de Deus) e no messias, ou seja, na fonte de savação e vida provida para todo o ser humano. Ao longo dos salmos temos ilustrações das mais diferentes facetas da vida humana em seu relacionamento com Deus, de Deus com seu povo, de Deus com o indivíduo. Os salmos termina com uma única resposta possível do homem para com o seu Deus, seu Criador, seu Redentor, Aleluia, palavra de louvor. DTN 21: “Através do amado Filho flui para todos a vida do Pai; por meio do Filho ela volve em louvor e jubiloso serviço, uma onda de amor, à fonte de tudo.”

Como ela volve ao Pai? volve através dos seus filhos. Aleluia. Todo ser criado louve ao Senhor.

O Filho é o caminho, por meio dEle volvemos ao Pai.

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18/05/98

4. Salmos imprecatórios:

Sl 137 (maiores detalhes: Archer 405 e Fee e Stuart 191, 192).

Princípio básico: Irai-vos mas não pequeis - Dirigir as palavras de ira a Deus. E entregar nas mãos de Deus. Ex Dt 32:35; Rm 12:19; Sl 4:4.

Os evangélicos, por tomarem a Bíblia de forma parcial, têm uma visão parcial da natureza de Deus.

5. Uso da linguagem poética nos salmos:

Utiliza de forma abundante. Gostamos, porque são fáceis de ser entendidos por nós leitores. Figuras do Oriente: Sl 18:6-16; 74:13-14; 93:3-4; 104:26. Muitos teólogos vêem o caráter mitológico da religião israelita. A ação divina descrita nestes salmos é também encontrada na mitologia canaanita. A criação é o resultado da luta entre Baal e Yam. Nos primórdios a nação israelita tinha uma religião semelhante aos canaanitas. Houve uma reforma a partir de Moisés.

Os salmos são tomados como a maior evidência de que a religião de Israel era idólatra, politeísta e mitológica.

Sl 74:13-14 - Esta mesma figura é apresentada na literatura canaanita (mitologia), também na mitologia egípcia. Devido às semelhanças os teólogos defendem a idéia de que a religião de Israel, também era mitológica. Como entender:

a) O fato do salmista usar ilustração, ou linguagem poética típica do Oriente, não quer dizer que ele creia ou esteja ensinando teologia.

Precisamos tomar cuidado com essas poesias, porque elas estão sendo usadas de forma poética e não para ensinar teologia. Ex. Jesus, ao contar a parábola do rico e do Lázaro não quer dizer que ele acreditava no conteúdo da parábola.

A poesia tem a liberdade de usar figuras de linguagem sem levar em consideração o ensino da teologia. Ex. Castro Alves em sua poesia “navio negreiro” usou figuras de linguagem como: deus júpiter foi convidado, por ele a destruir a embarcação que trazia escravos. O fato dele usar não quer dizer que ele acreditava.

 

 

19/05/98

O LIVRO DE PROVÉRBIOS

 

Para as questões de introdução (título, estrutura, autoria e data) nos valemos de Archer, Merece Confiança o A.T?, 420-431.

 

Teologia de Provérbios

Provérbios capítulo 1 dos versos 1 a 7 temos a introdução geral ao livro de Provérbios. Qual o objetivo do livro? É um objetivo bem prático (encontrado em 1:1-7). Essa literatura está interessada com a vida especial do indivíduo (seu dia a dia). O seu caráter é prático ético e religioso. O objetivo está delineado nos versos 1 a 6 do cap. 1; e a base de toda a discussão encontra-se no verso 7.

Pr 1:7, 29; 2:5; 8:13; 9:10; 10:27; 14:26-27; 15:16, 33; 16:6; 19:23; 22:4 e 23:17 expressão temor do Senhor (aparece 13 vezes).

Pr 3:7; 14:2; 24:21; 31:30 forma verbal “temer a Deus” (aparece 4 vezes).

O que é temer a Deus? O livro de Provérbios é tomado pelos críticos para provar que a fé bíblica nos seus estágios anteriores era baseada não na lei mas na emoção de temor de Deus e esse temor de Deus não tinha nada a ver com a lei mas sim com os ensinos dados pelos pais aos filhos. Eles evocam um fato bem interessante: Onde está a moral e a ética no AOM? Vão ao Egito e a outras nações conteporâneas e afirmam que a moral e a ética está na sabedoria e não na religião.

O que é o temor do Senhor?

A primeira referência a temer a Deus aparece em Gn 22:12 (Era patriarcal) - A referência do temor a Deus aqui é uma referência à fé obediente de Abraão ao mandado de Deus.

Gn 26:4-5 - O homem que teme a Deus tem a noção de “Lei de Deus”.

Na Bíblia desde a época patriarcal a noção de temor do Senhor está ligada a lei de Deus.

Resposta de fé aparece também em referência a José. Gn 42:18 nesse texto não é dito claramente o que é temer a Deus.

Temos referência a Jó. É um homem que é dito temer a Deus. Jó 1:1, 8-9; 2:3 - temente a Deus está ligado a noção de ser íntegro, reto e se desviava do mal. De onde Jó tirava a sua integridade? Jó 23:11-12 - Base da integridade de Jó: Os teus mandamentos (mandamentos de Deus) e as palavras do Senhor. É interessante porque Jó não é israelita.

 

Era Mosaica

Temos referência às parteiras judias que temiam a Deus e não obedeceram a faraó não matando os bebês Êx 1:17, 21.

Nos fala também que Israel temia a Deus Êx 14:31 - Se eles mantivessem o temor a Deus sempre diante deles evitaria que caíssem em pecado Êx 20:20. Deus exorta Israel a temê-lO Lv 19:14, 32; 25:17, 36, 43. (e assim vivereis). O livro da era mosaica que mais se discute sobre o temor do Senhor é o livrode Deuteronômio; ele faz da noção de temor do Senhor o ponto focal do seu ensino Dt 4:10; 5:29; 6:2, 13, 24; 8:6; 10:12, 20; 13:4; 14:23; 17:19; 28:58; 31:12-13. Temer a Deus não é um sentimento produzido pelo medo/pavor; temer a Deus, pelo contrário, é o resultado de ouvir, aprender, e responder à palavra de Deus (Dt 4;10)

Em Deuteronômio o temor do Senhor se manifesta pela guarda dos mandamentos, andar após o Senhor, serví-lO, amá-lO e apegar-se a Ele de todo o coração (ver esp. Dt 10:12-13).

Temer a Deus é entregar-se a Ele pela fé; isso não só para Israel mas para todo o mundo Êx 9:20, 30 (egípcios que se apegaram a Deus). Objetivo de Deus para todas as nações 1Rs 8:41-43.

A noção de temor a Deus está ligada àqueles que amam ao Senhor.

*****

Está o temor do Senhor desligado da lei na literatura sapiencial? Ec 12:13-14 temer a Deus e guardar os seus mandamentos. Jó 28:28 - Ser sábio é o temor a Deus. O clímax da sabedoria é temer a Deus e afastar-se do mal. Jó 23:11-12 - A base são os mandamentos de Deus Jó 1:2. Sl 34:11, 14 - O homem que teme a Deus se afasta do mal. A base da reflexào desse homem é a lei do Senhor Sl 1.

Seria isto diferente em provérbios? Provérbios é uma demosntração prática daquilo que está escrito na lei.

Povérbios é uma demonstração prática do que está escrito em Dt 6:4-7.

A noção de temer a Deus é uma noção básica da literatura sapiencial bíblica do AT.

A diferença entre a literatura sapiencial do AT e do AOM é a lei de Deus.

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26/05/98

ECLESIASTES

É provavelmente o livro mais polêmico entre todos do AT. Seu conteúdo é surpreendente de muitas maneiras e tem causado as mais diferentes reações entre aqueles que têm se dedicado à sua interpretação. Entre judeus e cristãos muitos têm questionado o direito de Eclesiastes estar entr os livros do cânon.

Robim Shamai - conservador da escola conservadora.

Robim Hillel - liberal.

Shamai era contra a permanência do livro no cânon; não deveria ficar por ser blasfemo e ímpio. Prevaleceu a opnião de Hillel.

No cristianismo, dúvidas sobre a interpretação de Eclesiastes sobrevieram até o tempo de Teodoro de Mopsuéstia (400 D.C.), grande exegeta da escola de Antioquia.

As opniões hoje são diversas. Para alguns, Eclesiastes é uma obra prima do ceticismo, pessimismo, do epicurismo (filosofia grega: base sentido da vida e o melhor da vida é o prazer).

Sugestão para a chave de compreensão do livro. A chave de compreensão está na compreensão da natureza do livro, no contexto no qual foi escrito e nopropósito para o qual foi escrito.

O livro de Eclesiastes foi escrito por Salomão no final de sua vida, depois de passar anos em apostasia segundo nos relata 1Rs 11:1-8.

Salomão se entregou a mais baixa apostasia devido a sua união com muitas mulheres. Durante esses anos de apostasia ele se entregou a toda sorte de empreendimentos em busca da satisfação própria, compreensão do mundo e da vida buscando esperança e felicidade na base do esforço humano, de sua capacidade de raciocínio e forças, mas de modo independente de Deus. Ele viu, então, que tudo era vaidade e correr atrás do vento. Em Eclesiastes nós temos um relatório desse empreendimento durante os anos de apostasia.

Ec 1:12-14; 16-17; 2:1-11 Relato da busca de satisfação

Ec 4:1-4 -Melhor o que nunca nasceu do que o que veio a existência.

Ec 7:23-29 -

Depois de anos de busca desvairada e de se entregar totalmente a prazeres, sentimentos, indagações e ao desespero, Salomão foi despertado (de sua apaostasia)por uma sentença de juízo pronunciada contra ele e contra a sua casa vinda da parte de Deus 1Rs 11:9-13 (PR 77 Salomão finalmente despertou de sua apostasia). Em penitência ele começou a retroceder de onde ele tinha caído e voltou a viver novamente de acordo com o plano de pureza e santidade que Deus tem para seus filhos. Arrependido ele compôs o livro de Eclesiastes e se tornou o pregador afim de advertir a outros a não caírem no mesmo erro que ele caiu.

Quando lemos Eclesiastes devemos ter em mente que em suas palavras existem:

1. Um relato daquilo que aconteceu com ele.

2. As conclusões que ele chegou dentro dessas circunstâncias (“vaidade das vaidades”)

3. Uma apresentação de uma perspectiva superior: “Deus” o qual é a única saída para o homem.

 

No 1 e 2 aparece a sabedoria X loucura.

No ponto 3 aparece o que teme a Deus.

 

Nem tudo que ele descobriu, no entanto, é errado. Exemplos:

Ec 4:5-6 - Conclui que o trabalho é bom.

Ec 4:7-12 - Conclui que é bom o companheirismo.

Ec 5:1-6 - Conclui que é bom ser prudente.

Ec 6:8-12 - Advertência quanto ao amor às riquezas.

Ec 8:1-5 - Submissão às autoridades.

Ec 9:13-18 - A sabedoria é melhor que a riqueza.

 

Mesmo as boas conclusões não satisfaziam o coração, e ele diz o porquê Ec 3:11- Deus pôs no coração do homem a eternidade (Olam - é infinito; tanto para tempo como para o espaço). O homem tem o infinito dentro do seu coração e único que pode preencher o coração dele é aquEle que é infinito (Deus). O temor do Senhor é a única resposta que preenche o coração do homem: Ec 3:14; 5:7; 7:18; 8:12-13; 12:13.

Tem coisas boas na vida que pode-se chegar pela sabedoria, e existem coisas que se pode chegar pela loucura mas as únicas que realmente preenchem o coração do homem são as que tomam a perspectivas divinas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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